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Mostrando postagens de 2012

Construindo uma vida mais plena

O grande projeto da nossa vida é conseguir ampliar progressivamente nossa visão, conhecimento, emoções e valores, construindo um percurso cada vez mais equilibrado, estimulante, libertador e realizador em todos os campos e atividades. Pela educação podemos avançar no nosso desenvolvimento, aprendendo a perceber mais longe, com mais profundidade e de forma mais abrangente, dentro e fora de nós. Quando mantemos o foco no desenvolvimento pessoal integral, de forma constante e consciente, conseguimos realizar melhores escolhas em todos os campos e também revê-las, quando se mostram inadequadas ou superadas. De um lado continuamos abertos a novas mensagens, pessoas, atividades. De outro, filtramos o que percebemos como mais conveniente em cada momento, que interações são mais significativas, que ações nos ajudam a evoluir más. É um processo delicado e contraditório, riquíssimo, de observação atenta interna e externa, de escolhas possíveis em cada etapa e campo de atuação, de revis

Relacionamentos complicados e os que valem a pena

É comum ver os relacionamentos rompidos como fracasso. Mas podem transformar-se, com um pouco de atenção, em etapas muito ricas de aprendizagem afetiva. Um relacionamento frustrante pode servir de aprendizagem para outro mais pleno. Quando muito jovens, não estamos, em geral, prontos para conviver longamente com o outro. Confundimos paixão com amor, nos complicamos por situações insignificantes. Ainda estamos em construção em todos os campos, principalmente no emocional. “Muitas separações são fruto da preguiça”, afirma Contardo Calligaris. Muitos casais não cuidam dos detalhes, superdimensionam os problemas, não cedem o suficiente para chegar a acordos de vida satisfatórios; se agridem e magoam com facilidade. Muitos passam a vida em relacionamentos complicados. Tentam sair, mas com muita dificuldade. É possível viver relacionamentos acomodados, sem vida, indefinidamente. Não é fácil se separar, principalmente com filhos e os de gerações mais antigas. Há muitas perdas econômic

A consciência de uma vida muito mais longa

A consciência é um privilégio e também um tormento. Privilégio, porque nos permite a compreensão do que somos, para onde vamos, do nosso entorno e do futuro próximo e distante. Mas também é um tormento, porque nos torna insaciáveis em todos os campos. Nada nos é suficiente, nada nos contenta, nada nos detém. Tudo é pouco. Como a vida é curta e queremos viver sempre , buscamos desesperadamente formas de sobreviver.  A imaginação é uma poderosa ferramenta, fruto da consciência, que nos projeta em mundos próximos e distantes, possíveis e fantásticos e estimula inúmeras realizações tidas como impossíveis. O imaginário nos possibilita superar as limitações do cotidiano, ilumina novas possibilidades, amplia nossos horizontes.   O desejo de ser imortal estimula nossa imaginação, nossa fé no futuro, a busca de sentido para uma  vida tão curta, que se nos escapa das mãos. Desde os tempos remotos a humanidade procura atalhos para a imortalidade. Durante milênios, a imortalidade foi bus

Pessoas confiáveis e coerentes

Quando somos jovens tendemos a acreditar muito mais nos outros. Estamos mais abertos a conhecer novas pessoas, confiamos mais no que dizem, somos mais transparentes. Com o passar do tempo, após decepções e algumas traições, procuramos ser mais seletivos com as amizades, nos protegemos mais, desconfiamos mais. Diante da competição profissional feroz, da complexidade da vida social é fácil cair na tentação de ficar na defensiva, de esconder nossos sentimentos, de polir nossa imagem, de desenvolver uma personalidade social que não corresponde exatamente ao que somos e pensamos. Muitos se escondem atrás de máscaras, de papéis representados, de encenações adaptadas para os diversos ambientes em que se movem. O que começa como uma atitude de defesa pode virar um hábito e uma segunda pele. Podem perder a noção de quanto estão representando e considerar natural essa forma de adaptação permanente aos diversos ambientes, situações e pessoas. A conseqüência principal é o ocultamento do v

Encontrar tempo para estar com as pessoas

No mundo de tantas redes, grupos virtuais e tecnologias móveis, cada vez nos ocupamos mais para poder atender às inúmeras solicitações, digitais e presenciais, que nos chegam em ritmo feérico e sentimos dificuldade em gerenciar o que é mais importante, prestar atenção ao que é mais relevante, equilibrando a comunicação externa com a interna, a virtual com a presencial. Recebemos tantas mensagens a todo momento, que é fácil descuidar o atendimento pessoal de verdade, não achando tempo para estarmos juntos, olho-no-olho, acolhendo, escutando, conversando com quem vem ao nosso encontro ou está ao nosso lado. As pessoas andam ocupadas demais, solicitadas demais e se esquecem de cumprimentar, de dar a atenção devida a quem está perto. Vemos com frequência pessoas que atendem várias chamadas ou checam suas mensagens, no meio de conversas pessoais, deixando o parceiro sem atenção durante longos períodos. Estamos ocupados demais, falando demais, dispersos demais e escutando de menos

O abismo que nos separa das crianças e como diminuí-lo

Cada geração avança até um determinado ponto no domínio das tecnologias. Geralmente há um descompasso na sua apropriação e na relação que a geração anterior mantém com a atual. A geração da TV conseguiu dominar algumas das funcionalidades do videocassete e da incipiente Internet, mas sente dificuldade em trabalhar com os inúmeros aplicativos das últimas tecnologias móveis. Já as crianças e os adolescentes parece que nasceram com um smartphone na mão, tamanha é sua facilidade em explorá-lo. Os mais adultos - em geral - nos limitamos a um uso mais básico. E cada pessoa estabelece inconscientemente um limite para a aceitação   do novo. Conheço pessoas que mal utilizam o celular, ou só acessam o email ocasionalmente. O que está claro é que se abre um abismo entre as gerações mais antigas e as mais novas na sua relação com as tecnologias no cotidiano. Para nós mais velhos torna-se muito difícil acompanhar todos os aplicativos, as novidades e principalmente compreendê-las em profundid

Tablets para todos conseguirão mudar a escola?

Muitos correm atrás de receitas milagrosas para mudar a educação. Se fossem simples, já as teríamos encontrado há muito tempo. Educar é, simultaneamente, fácil e difícil, simples e complexo. Os princípios fundamentais são sempre os mesmos: Saber acolher, motivar, mostrar valores, colocar limites, gerenciar atividades desafiadoras de aprendizagem. Só que as tecnologias móveis, que chegam às mãos de alunos e professores, trazem desafios imensos de como organizar esses processos de forma interessante, atraente e eficiente dentro e fora da sala de aula, aproveitando o melhor de cada ambiente, presencial e o digital. Algumas questões que serão cada vez mais debatidas a partir de agora são: Por que tudo tem que acontecer dentro da sala de aula, em horários e ritmos predeterminados? Como ensinar numa sala onde os alunos acessam qualquer informação ao vivo? O que fazer nos ambientes digitais e nos presenciais? Como organizar um currículo inovador com alunos que possuem redes informais d

Conviver com pessoas muito especiais

Ao longo da vida encontramos e convivemos com muitas pessoas diferentes, na família, na escola, no trabalho, no lazer. Na juventude estamos abertos a muitas pessoas e grupos diferentes. É uma fase de experimentação. Aos poucos afunilamos as escolhas, reduzimos o número de amigos, mantemos relações mais estáveis, em geral de casal com filhos.  Eventualmente descobrimos algumas pessoas diferenciadas, com as quais nos identificamos rapidamente, que suscitam nossa admiração. Elas se incorporam ao nosso círculo de amigos, trazendo vitalidade, frescor, ampliando nossos horizontes. A vida, de repente, pode nos surpreender com o encontro inesperado com uma pessoa muito especial , que intuitivamente percebemos que vale muito a pena conhecer mais profundamente , conviver intimamente e torná-la nossa parceira exclusiva. Só que dar esse passo pode implicar em realizar mudanças profundas, como sair de relacionamentos estáveis anteriores, avaliar o que será melhor para os filhos, ter corage

Caminhar na incerteza, com escolhas mais interessantes

Na vida caminhamos realizando seguidas decisões, escolhas ou omissões (deixando tudo como está). Como a maior parte das decisões é feita de forma automática ou repetitiva, esquecemos quantas outras opções, se assumidas, poderiam mudar profundamente aquilo que hoje somos.  A maior parte das escolhas definem um estilo e confirmam a mesma direção . e procuramos uma vida calma e sossegada faremos escolhas que não nos perturbem, que nos deixem mais leves, que não nos estressem. Se, pelo contrário, procuramos novidades, sair da rotina, viver no limite, no agito, faremos escolhas cheias de adrenalina, novidades, surpresas, desafios. Não se trata de avaliar o que é melhor de fora. Cada pessoa, com sua história, genética e circunstâncias, vai definindo o estilo de vida que acredita ser o melhor para ela.  Cada escolha nos abre mundos e nos fecha outros .  Na vida afetiva, encontramos pessoas interessantes que poderiam levar-nos a vivências e situações muito diferentes das que mantemos h

Diferenciais de uma nova escola

Uma escola é nova quando tem educadores, materiais, atividades e ambientes de aprendizagem - físicos e virtuais - acolhedores, estimulantes e desafiadores para os alunos.  Profissionais acolhedores : diretores, coordenadores, professores que se preocupam com os alunos, que os conhecem, conversam, interagem. Uma escola é nova quando mantém a mesma equipe unida por bastantes anos, quando se percebe que todos se apóiam e há uma gestão democrática, proativa e empreendedora. Profissionais bem preparados, atualizados, evoluídos. Bem remunerados, escolhidos entre os melhores e que gostam de ser educadores.  Ambientes acolhedores : aconchegantes, afetivos, equipados. Salas de aula multifuncionais, que se modificam rapidamente para diferentes atividades. Salas de aula conectadas com tecnologias móveis. Escola que equilibra atividades presenciais e virtuais, tecnologias simples e tecnologias digitais, onde se aprende também em casa, no bairro, nas comunidades de prática, nas redes sociais,

Tablets e ultrabooks na educação

Há uma pressão enorme para incluir as tecnologias móveis na educação. Alguns colégios e instituições superiores entregam tablets ou netbooks para os alunos como parte do material escolar. Há uma tendência à substituição dos livros de texto por conteúdos digitais dentro de tecnologias móveis. Uma justifica é diminuir de peso das mochilas dos alunos; outra, baratear do acesso ao conteúdo não impresso (além de ser ecologicamente mais correto); também é visto como importante oferecer recursos de pesquisa, de leitura e de comunicação próximos dos alunos, dos ambientes digitais que frequentam, para motivá-los mais a aprender. Este é um campo minado de discussões, decisões, interesses. Qualquer análise ainda é parcial, provisória, precária. Mesmo assim, esta é a percepção que tenho no momento. As tecnologias móveis trazem enormes desafios, porque descentralizam os processos de gestão do conhecimento: podemos aprender em qualquer lugar, a qualquer hora e de muitas formas diferentes.