Postagens

Mostrando postagens de 2010

Propostas para melhorar nossa educação a distância

A educação a distância está modificando todas as formas de ensino e aprendizagem, inclusive as presenciais, que utilizarão cada vez mais metodologias semi-presenciais, flexibilizando a necessidade de presença física, reorganizando os espaços e tempos, as mídias, as linguagens e os processos. EAD tem significados muito variados, que respondem a concepções e necessidades distintas. Podemos avançar muito na personalização das propostas, mais abertas, com forte aprendizagem colaborativa, em redes flexíveis e respeito ao caminho de cada um. Na EAD o aluno poderia ter seu orientador, como acontece na pós-graduação. Esse orientador seria o principal interlocutor responsável pelo percurso do aluno, com ele definiria as disciplinas mais adequadas, as atividades mais pertinentes, os projetos mais relevantes. Teremos cursos mais síncronos e outros mais assíncronos, alguns com muita interação e outros com roteiros predeterminados, uns com mais momentos presenciais enquanto que outros acontecem na

A educação em tempos do Twitter

Com todos os recursos móveis e em rede, muitas questões nos desafiam como educadores: 1. O papel do professor muda cada vez mais: Ensina menos, orienta mais, articula melhor. Ele se aproxima mais dos alunos, se movimenta mais entre eles. 2. Os tempos das aulas se tornam mais densos, para realizar atividades interessantes, que possam ser pesquisadas, produzidas, apresentadas e avaliadas no mesmo espaço e tempo. São inviáveis as aulas de 50 minutos. 3. As aulas não se resumem só aos momentos presenciais. Aumenta a integração com os ambientes digitais, com os ambientes colaborativos, com as tecnologias simples, fáceis, intuitivas. 4. Os espaços se multiplicam, mesmo sem sair do lugar (múltiplas atividades diferenciadas na mesma sala). O conteúdo pode ser disponibilizado digitalmente. Predominam as atividades em tempo real interessantes, desafios, jogos, comunicação com outros grupos. 5. Há uma exigência de maior planejamento pelo professor de atividades diferenciadas, focadas em experiênc

Ler no meio do caos

Num mundo tão complexo, é necessário aprender a ler de muitas formas, de perspectivas diferentes, para poder entender o que se passa sob a superfície movediça dos múltiplos e incessantes acontecimentos. É fascinante encontrar sentido no aparente caos, captar a dinâmica dos movimentos, o que é permanente por trás da mutação. Esse é um dos desafios de hoje: conseguir acompanhar as múltiplas interfaces da informação e mergulhar nas suas entrelinhas, nas profundezas dos significados ocultos e escorregadios. Ler depende, além do domínio técnico, de ter uma atitude curiosa diante da vida, do mundo, das pessoas. A curiosidade nos motiva a ler, a conhecer, a pesquisar. Ler é um prazer quando queremos saber mais, investigar mais, descobrir ângulos diferentes, indo além do óbvio. Quanto mais informação disponível, mais complexo se torna o ato de ler. Primeiro, porque precisamos escolher o tempo todo, eliminando a maior parte do que se apresenta à nossa frente. Sempre estaremos acometidos pela dú

Entre a criatividade e a acomodação na educação

As escolas estão procurando atender a novas demandas, mas as mudanças são, em geral, periféricas, pontuais, parciais. Criatividade é um processo que se constrói, em parte individualmente, mas na maior parte em grupo, a partir de propostas desafiadoras, de estímulos institucionais para a busca do que ainda não está consolidado, desenvolvendo formas de olhar diferenciadas, a partir de perspectivas contrastantes. As escolas têm um compromisso com conservar o melhor do passado, focar o presente e preparar para o futuro. O seu discurso é inovador, mas a organização e a prática pedagógica são pouco arrojadas. Predomina uma visão conservadora, repetindo o que está consolidado, o que não oferece risco nem grandes tensões. O formato disciplinar, a organização rígida de horários e espaços contribuem para que predomine o previsível sobre o inesperado. A formação docente foca mais os modelos prontos do que os experimentais. O sucesso dos modelos pedagógicos de grandes grupos nacionais, que org

O grande projeto da nossa vida

O grande projeto da nossa vida é construir-nos como pessoas realizadas, interessantes, produtivas, afetivas. Uma construção contínua, com contradições, mas constante nesse objetivo maior que é humanizar-nos, evoluir sempre mais, fazer melhores escolhas, viver uma vida mais livre e realizadora. É fascinante aprender os caminhos para a realização afetiva e profissional, para o equilíbrio entre o pessoal e o social, para fazer escolhas mais significativas em cada etapa das nossas vidas. Observo que muitos procuram objetivos bem diferentes. Cada um deles pode ser interessante. Mas se falta essa dimensão integradora, poderemos crescer de forma desequilibrada, torta. É fascinante encontrar pessoas que transmitem paz, alegria ao seu redor, cujo contato inspira, estimula, ensina. Entristece, por outro lado, conviver com tantas pessoas desbalanceadas, que cresceram muito em algumas dimensões e tão pouco em outras. É utopia ser feliz, viver em paz? Não é utopia, é um processo de construção const

Mudanças dos profissionais em estruturas educacionais complexas

Por que numa época de grandes mudanças sociais elas acontecem tão devagar na educação? Por que profissionais inteligentes se acomodam em rotinas, em modelos repetitivos, que muitas vezes causam pouca realização pessoal, profissional e econômica? Sem dúvida a educação depende de ter melhores condições de formação, remuneração e valorização profissional. Mas quando observamos instituições educacionais públicas e privadas de renome com boas condições de trabalho, ainda assim os resultados costumam ser inferiores ao desejável. Por que profissionais educacionais bem preparados demoram para executar mudanças pedagógicas e gerenciais necessárias? Mudanças dependem de uma boa gestão institucional com diretrizes claras e poder de implementação. Mas uma explicação das dificuldades da mudança pessoal reside em que as pessoas possuem atitudes bem diferentes diante do mundo, da profissão, da vida. Em todos os campos encontramos profissionais com maior ou menor iniciativa, mais ou menos motivados,

A distância e o presencial cada vez mais próximos

Entrevista feita comigo pelo jornalista Paulo Chico e publicada na Folha Dirigida , 20 a 26/05/2010 Fascinado pela educação a distância e suas possibilidades, José Manuel Moran veio de longe. Nascido em Vigo, na Espanha, cruzou o Atlântico e tornou-se um dos mais respeitados especialistas no uso de tecnologias aplicadas aos processos de aprendizagem. É disso que trata esta entrevista, que tem como foco a instalação da internet banda larga na quase totalidade das escolas públicas do Brasil, meta anunciada pelo Governo federal. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP e Diretor do Centro de EAD da Universidade Anhanguera-Uniderp, Moran é autor de diversos livros, como A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá, pela Papirus Editora, e que acaba de chegar à 3ª edição. Qualificação dos professores, recursos de ambientes virtuais, redes de colaboração e riscos do mau uso da internet foram alguns dos temas abordados pelo educador que, defensor das interações humanas como com

Aprendendo a evoluir sempre

Vejo a vida como um contínuo e fascinante processo de crescimento em todas as dimensões: biológicas, emocionais, intelectuais, éticas. Quanto mais vivemos, mais tempo temos para avaliar o desenvolvimento de maior autonomia e liberdade em todos os campos, de maior humanização. De que vale aprendermos muitas coisas se não nos servem para sermos pessoas mais livres, abertas, realizadas? Num mundo com tantas oportunidades sedutoras de dependência é uma arte conseguir caminhar na direção de progressivos estágios de libertação, de tornar-nos pessoas que realizam melhores escolhas em todos os campos. Podemos ser pessoas exímias em algumas campos e dependentes em outros. Podemos ter uma compreensão muito ampla da realidade e ao mesmo uma dependência emocional grande, ou uma baixa auto-estima. Qual é o meu projeto de vida? O que estou fazendo com ela, nesta agitação incessante, de tempo cada vez mais escasso, de múltiplas atividades? Apesar de inúmeras dificuldades e armadilhas que aparecem con

Retomando o contato

Caros amigos: Faz tempo que não escrevo. Muitas atividades como diretor do Centro de Educação a Distância da Universidade Anhanguera-Uniderp, que fica em Campo Grande, embora eu tenha uma equipe de gerenciamento aqui em São Paulo. Prometo retomar o contato com o blog mais frequentemente. Como disse em uma mensagem anterior, há períodos em que escrevo menos, em outros mais. Obrigado a todos que me acompanham e que me enviam mensagens aqui e por email tão carinhosas. Acredito cada vez mais nas mudanças profundas na educação para torná-la mais significativa, atraente e atualizada. Fiz mudanças profissionais e pessoais importantes nos últimos meses e estou muito satisfeito e realizado. Sinto como é importante que a educação nos ajude a compreender melhor, em primeiro lugar, e a fazer melhores escolhas e tomar decisões corajosas, depois. Grande abraço para cada um de vocês. Moran