Postagens

Mostrando postagens de abril, 2017

Por onde começar a transformar nossas Escolas?

A discussão hoje não é por que mudar, mas como fazê-lo. Os exemplos de Escolas, Faculdades e Universidades inovadoras são importantes porque sinalizam uma tendência irreversível, a de que todas passarão por esse processo de transformação, de forma mais rápida ou lenta, mas ineludível. Só que esses exemplos são muito distantes da realidade da maioria. Muitas escolas inovadoras são pequenas (menos de duzentos alunos), com um custo alto para poder ser bancado pela maior parte dos pais ou pela sociedade, através de impostos. Mudar a cultura de escolas convencionais não é simples. Escolas tendem a repetir modelos conhecidos, diante do risco de perda da identidade e do mercado já consolidado. Em todas as escolas encontramos docentes com propostas diferenciadas, que envolvem mais os alunos, mas costumam ser propostas isoladas, que não afetam a estrutura como um todo, mais pesada e lenta. Como passar do espontaneísmo à transformação institucionalizada? As escolas que avançam mai

Transformando as pessoas, para transformar as Escolas

Ensinamos até onde conseguimos aprender. Quando metade dos alunos de ensino médio se evade e não termina o curso, a responsabilidade não é só deles, é de todos nós. Com certeza não estamos oferecendo um projeto pedagógico atraente, não estamos próximos dos alunos, insistimos em modelos autoritários, desconectados com a vida dos estudantes e continuamos ensinando como se tudo estivesse normal. O lema das nossas escolas deveria ser “Nenhum aluno para trás”. O fracasso de tantos alunos, que ficam pelo caminho, é um fracasso coletivo de toda a sociedade. Alunos reprovados, escolas reprovadas. A educação, além das causas estruturais, avança de acordo com o nível de desenvolvimento dos gestores, educadores, pais e da sociedade como um todo. Uma sociedade profundamente imperfeita e desigual tem, como consequência, um sistema educacional imperfeito e desigual. Há um jogo de empurra entre todos. “O problema é o sistema, o Governo”, “são os outros” “eu faço a minha parte”. Há algo profu

Fazer nossas revoluções possíveis: Aprendendo por experimentação

Como tudo muda aceleradamente, somos cobrados para obter melhores resultados, conseguir metas, inovar sempre. Há uma pressão social constante para sermos mais criativos, empreendedores, excelentes profissionais. A vida combina rotina e mudança. A maior parte de nossa vida é repetição. A repetição nos ajuda a economizar energia, a ter roteiros previsíveis e confortáveis em todos os campos, a sentir-nos seguros. O predomínio da rotina, com o tempo, tende a que nos acomodemos numa zona de conforto e que percamos a ousadia de ir além do básico e de desenvolver muitas das nossas possibilidades. A vida se equilibra entre padrões e mudanças, entre previsibilidade e transformação. Para enfrentar os desafios de crescer, progredir, avançar em todas as dimensões, precisamos combinar bem rotina e experimentação. Sair da rotina, do previsível, nos liberta. Quando nos permitimos experimentar, aprendemos mais, abrimos novos horizontes. Se gostamos de aprender e perseveramos, evoluiremos ma

Pagamos um alto preço social pela educação deficiente

Pagamos um preço muito alto como sociedade por uma educação deficiente: milhões de pessoas não desenvolvem suas competências básicas, sua autonomia, vivem vidas pouco produtivas e realizadoras. A educação demorou a chegar aos mais pobres e ainda é frágil para a maioria nas questões mais importantes: muitos sabem interpretar textos complexos, fazer contas, pensar pela sua cabeça, ir além do que veem na televisão. Temos uma dívida social de séculos de pouca preocupação com a aprendizagem de qualidade da maior parte da população. A educação de qualidade, além de ensinar a pensar, também pode ensinar a viver. Em muitos casos, a escola não está conseguindo ajudar a pensar crítica e autonomamente; muito menos, a preparar pessoas criativas, empreendedoras e livres. Ela precisa mudar para encantar e abrir os horizontes de crianças e jovens, cada vez mais entusiasmados. É um trabalho complexo, demorado num país imenso. É urgente mudar nosso modelo de ensino muito focado em conteúdos pr

Educando para uma vida mais plena

A vida nos ensina de muitas formas, o tempo todo. Aprendemos em cada momento com as inúmeras oportunidades que se nos apresentam, com as diferentes pessoas com as que convivemos, com os erros e escolhas que realizamos. A vida pode ser um processo ativo, rico, complexo e desafiador de aprender em todas as dimensões, de realizar-nos sempre mais e que, infelizmente, muitos o desperdiçam. Cada decisão nos ajuda a avançar ou a regredir; o conjunto dos saberes, competências e escolhas contribui para tornar-nos mais livres ou mais dependentes, mais abertos ou mais fechados, mais interessantes ou mais banais. Com as escolhas construímos percursos, trilhas, em ziguezague, com avanços e recuos, paradas e desvios. Construímos com todos esses saberes uma visão de mundo, um sistema de crenças e de valores, que nos ajudam a equilibrar-nos no meio das contradições, a encontrar coerência em escolhas imperfeitas e a rever consequências inesperadas ou contraproducentes. Com o tempo podemos dese