Desafios na implementação do Projeto de Vida na Educação Básica e Superior
José Moran
Professor da USP e pesquisador de Metodologias ativas
e de processos de transformação da
Educação
Versión en español: http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2019/07/proyecto_vida.pdf
A importância do
Projeto de Vida na Educação
Projeto de Vida é um
tema que hoje ganha urgência e relevância num mundo em profundas
transformações, que exige aprender de forma ativa, criativa, empreendedora e
colaborativa em todos os espaços formais e informais e em todas as modalidades,
fases e tempos da vida.
Um projeto de vida é
um programa ativo, aberto e flexível que cada pessoa pode elaborar – com tutoria
ou não - para orientar sua própria existência, num processo de revisão
constante e de transformação crescente em todas as dimensões. Num sentido amplo, vai além da Escola e é do
interesse de todos (crianças, jovens e adultos), porque ajuda a propor
perguntas fundamentais, a buscar as respostas possíveis, a fazer e avaliar escolhas
difíceis tanto no campo pessoal como no profissional.
Como
adultos constatamos como algumas ideias, valores e visões de mundo que
aprendemos em casa, na escola e na igreja - que nos pareciam sólidos e
definitivos - se revelaram, com o tempo, incoerentes e problemáticos;
levando-nos a decisões, muitas vezes, complicadas e prejudiciais.
O Projeto de
vida pode ajudar-nos a tornar mais conscientes nossa forma de enxergar o
mundo, nossos valores e escolhas num movimento contínuo de encantamento,
avaliação e reconstrução de experiências, projetos, realizações, assumindo os
desafios que nos sejam possíveis em cada momento, sem colocar-nos metas impossíveis
ou impostas só por fatores externos. Desenvolvemos assim um
bonito e delicado trabalho de desconstruir o que já não nos serve mais, de
manter o que ainda consideramos válido atualmente e de construir novos caminhos
incertos e promissores.
As
ideias de ROGERS (1982), D´ANGELO (2002) MORIN (2000) e FREIRE (1997) fundamentam
a importância da pensar o projeto de vida como um projeto de aprendizagem integral
em contextos de liberdade, de competências e transformação social. Diversas pesquisas mostram que metade dos
estudantes não encontra significado no que está estudando, principalmente no
ensino médio. A aprendizagem ativa, por competências, entre elas a gerenciar o
Projeto de vida é fundamental para que eles encontrem sentido e propósito no
que estudam e fazem.
Preparar
crianças e jovens para enfrentar os desafios de sua própria vida, é condição
essencial para a sua formação integral do profissional, para que estejam
preparados para enfrentar os desafios da vida profissional-pessoal-social, numa
ação transformadora e autotransformadora.
O
Projeto de vida é um caminho importante para crianças e jovens encontrem – num
clima de confiança, acolhimento e colaboração - relevância, sentido e propósito
em tudo o que aprendem dentro e fora da Escola, como parte de um movimento
amplo de transformação da Escola como um todo (currículo por competências,
metodologias ativas, redesenho dos espaços, da avaliação, com forte inserção na
cidade e também no mundo digital). O
projeto de vida é importante para estudantes da Educação Básica, Superior, de
Jovens e Adultos.
Também
é relevante para que docentes, gestores e pais mudem sua forma de pensar e de
agir. Sem desenvolvimento pessoal, não
há transformações profundas. Docentes ensinam mais com o exemplo que com
as palavras; docentes desanimados não encantam ninguém.
A
abordagem dentro da aprendizagem por competências
Gerenciar
a vida pessoal e profissional é uma das competências que os estudantes precisam
desenvolver, de acordo com as diretrizes atuais da Educação Básica. Devem
conseguir refletir – em ambientes de confiança e liberdade - sobre seus desejos
e objetivos, aprendendo a se organizar, estabelecer metas, planejar e perseguir
com determinação, esforço, autoconfiança e persistência seus projetos presentes
e futuros, assim como também a compreensão do mundo do
trabalho e das profissões, seus impactos na sociedade, hoje no futuro.
O
foco é o desenvolvimento das competências cognitivas e socioemocionais como
pensamento crítico, criatividade, responsabilidade, colaboração, comunicação,
autocontrole, dentro e fora da Escola, a partir dos quatro pilares da Unesco -
aprender a ser, a fazer, a conhecer e a conviver -, que podem agrupar-se em
três dimensões:
- Dimensão Pessoal (Identidade,
aprender a ser): Compreender-se, aceitar-se e saber usar suas habilidades
para crescer, realizar-se e buscar o seu bem-estar
- Dimensão Social (Eu com o mundo,
aprender a conviver, cidadania): Relacionar-se de forma harmoniosa e
produtiva com as outras pessoas na família, na escola e na comunidade.
- Dimensão Profissional (Aprender a
fazer): Desenvolver as competências produtivas, relacionadas ao trabalho,
ao empreendedorismo para contribuir para uma vida profissional
realizadora.
Essas
competências podem tratar-se, basicamente de três formas: a primeira, de forma
ampla, mais sutil, nos projetos principais, principalmente nos integradores,
pedindo que os estudantes liguem conteúdo, habilidades e vida; a segunda, de
forma direta em módulos específicos que tratam de desenvolvimento pessoal,
empreendedorismo, criatividade.: a terceira, através de orientação
(tutoria/mentoria) mais formais ou informais, individuais ou grupais, mais
verticais (mentor-tutor-estudantes) ou horizontais (mentoria entre pares, entre
estudantes).
O
projeto de vida é trabalhado em alguns momentos de forma mais direta, em
outros, mais indireta; mas é um eixo importante para a integração de
conhecimentos, habilidades, competências e valores.
A implementação do projeto de vida em
escolas e universidades
Um passo importante é colocar toda a comunidade “na mesma
página”, isto é, que gestores,
docentes, estudantes e famílias tomem consciência de que o Projeto de Vida é um
componente importante de um currículo inovador, atualizado, tanto na Educação
Básica -coerente com as diretrizes da BNCC (Base Nacional Curricular Comum) –
como no Ensino Superior, vinculado ao desenvolvimento pessoal e profissional. Palestras, oficinas mão-na-massa e cursos são
os caminhos mais seguidos. Algumas instituições desenham processos de design
envolvendo a comunidade na tomada de consciência para que a compreensão seja
mais profunda e consigam avançar mais rapidamente na implementação de um
currículo com ênfase nas competências, entre elas as pessoais e profissionais.
Essa conscientização começa pela percepção que o projeto
de vida não é só para os alunos, mas também para ser desenvolvido por gestores,
docentes e pais. O desenho e a vivência de projetos pessoais e profissionais
mais avançados contribuirá enormemente para trabalhá-los de forma muito mais
forte com crianças e jovens, dentro e fora dos espaços escolares formais.
Outra ação necessária é fazer benchmarking, conhecendo as
melhores práticas, as instituições mais avançadas para aprender com elas.
O
projeto de vida não é novidade para muitas escolas e universidades. Colégios
e universidades confessionais têm uma longa tradição em trabalhar valores e
projetos de desenvolvimento pessoal, com distintas ênfases, dentro da visão de
mundo que cada denominação defende. Alguns realizam ações de mentoria/tutoria
com diversos grupos sociais, principalmente com jovens de baixa renda, em
situação de vulnerabilidade, para ajudá-los no desenvolvimento de competências
pessoais e profissionais. Instituições com projetos inovadores enfatizam, de
diversas formas, o trabalho por projetos, o desenvolvimento de competências, a
mentoria individual e/ou grupal para que cada estudante encontre sentido e
propósito no estudo e na sua vida.
Há um movimento sólido em algumas redes públicas –
principalmente nas escolas de tempo integral – de desenvolvimento de
competências pessoais e profissionais, com ênfase no Projeto de vida dos
estudantes.[1]
Um caminho
importante é criar um núcleo de
inovação interno, com alguns
gestores, docentes mais empreendedores, alguns estudantes e representantes das
famílias e da sociedade. As ações podem começar no compartilhamento das
melhores práticas internas e externas, na ampliação das metodologias ativas, na
integração entre áreas de conhecimento e competências, entre elas as pessoais e
profissionais, desenhando as transformações possíveis no curto e médio prazo.
A forma mais rápida
de implementação é através de oficinas, disciplinas optativas ou módulos específicos de autoconhecimento, criatividade, resolução
de problemas, comunicação, empreendedorismo, gestão do tempo, orientação de
estudos. Os projetos
integradores podem também
explicitar também as habilidades e competências cognitivas, socioemocionais e
valores desejados.
Pela complexidade de fazer a decantação
entre tantas variáveis, visões e áreas de conhecimento e competências
diferentes faz sentido que o estudante tenha – além dos docentes e da
aprendizagem por pares- o apoio de
mentores, com um olhar mais abrangente, afetivo e personalizado para as
suas necessidades específicas. Mentores/tutores com os quais cada estudante
tenha a oportunidade de encontrar-se regularmente – presencial e digitalmente -
orientadores que os ajudem nessa síntese mais abrangente, na compreensão da sua
evolução até o momento presente e na prospecção dos próximos passos.
Há relatos de mais
ações nas etapas de decisão dos estudantes: no final do Ensino Fundamental, do Ensino
Médio e ao longo do Ensino Superior. A ênfase maior costuma ser nas escolhas
profissionais. Há tutorias também entre
pares, de estudantes mais experientes com estudantes mais iniciantes ou deles
entre si. As escolas mais inovadoras trabalham as competências pessoais
gradativamente no Ensino Fundamental I e II, de forma mais lúdica e prática,
dando ênfase à criatividade, colaboração, responsabilidade, protagonismo, evoluindo
no aprofundamento das questões, conforme o estudante vai crescendo. Ainda
estamos desenhando esses percursos de forma mais articulada, a partir das
experiências das escolas pioneiras que já vem trabalhando há mais tempo dentro
desta nova visão.
Os docentes podem
fazer o planejamento de forma diferente, começando pelo que pretendem conseguir
ao final do estudo de um tema, problema ou fenômeno, fazendo a engenharia ou
planejamento reversos. Questionamentos, projetos e conteúdos são desenhados a
partir do que se espera conseguir como resultado final (as habilidades e
competências cognitivas, pessoais e socioemocionais). Idealmente, todos os temas, questões, áreas
de conhecimento podem contribuir para desenvolver as competências vivenciais. O mais importante é o olhar integrador do
docente, que propõe desafios, estimula questionamentos e a relação com os
interesses e necessidades dos estudantes.
As atividades cobram
mais sentido quando são negociadas
com os estudantes, quando o docente
parte das questões que os estudantes trazem, ou quando eles percebem
descobertas, quando se encantam por um assunto ou projeto (principalmente com
projetos reais, do entorno, da cidade). A aprendizagem baseada em projetos é
rica para fazer essa ponte com as dimensões pessoais mais significativas, principalmente
os projetos gerenciados de forma interdisciplinar por docentes de áreas
diferentes de conhecimento (linguagens, ciências humanas, da natureza e
matemáticas). Encontramos mais exemplos de projetos na área de linguagens e das
ciências humanas pela relação mais direta com a criatividade, pensamento
crítico, colaboração e construção da autonomia.
As narrativas, construção de histórias (storytelling), participação em jogos e
atividades lúdicas são também interessantes para desenvolver vivências, compreender
o passado e projetar o futuro. Diários digitais, e-portfólios são recursos
fáceis implementar para visualizar o percurso de cada um, acompanhar as
mudanças na linha do tempo e obter uma visão panorâmica dos caminhos percorridos
e dos desafios próximos. Para muitos jovens os aplicativos digitais são mais
interessantes, fáceis de utilizar e permitem o compartilhamento com quem eles
quiserem. São importantes também para o diálogo com algum Tutor/mentor se a
escola opta por esse caminho.
No projeto de médio
prazo o projeto de vida está no centro de um currículo personalizado; cada
aluno tem seu mentor; o currículo é por competências e projetos, híbrido
(analógico/digital; presencial/online), com metodologias ativas e tecnologias
digitais. É complexo, difícil, mas faz sentido no mundo de hoje, se queremos
que a educação ajude a transformar-nos como pessoas e como sociedade
O papel dos
tutores/mentores
Todos os professores
podem contribuir para que cada aluno se conheça melhor, se oriente de forma
mais consciente. Mas para desenvolver as competências de forma ampla e, em
particular, as competências pessoais, escolas e universidades estão dando mais
ênfase a ter mentores/tutores com um papel de orientação mais amplo. São
profissionais mais experientes, que ajudam a fazer a integrar a aprendizagem
acadêmica no projeto de vida do aluno. Acompanham mais de perto os alunos no
seu dia a dia, ajudando-os a descobrir seus interesses, talentos e fragilidades
e a ir tomando decisões para modificar sua visão de mundo e desenhar caminhos
para seu futuro. É importante ter uma equipe de mentores com perfis complementares
para que consigam acompanhar as diversas etapas de cada projeto dos estudantes
(diagnóstico, design, implementação, avaliação), em diferentes áreas e com diferentes
visões de mundo.
A tutoria pode ser
mais por turma e a mentoria mais personalizada (alunos escolhem seu mentor, que
o ajuda a fazer a integração entre aprendizagem e vida). A tutoria por turma é
mais econômica para a instituição; a mentoria é mais cara, mas, será o caminho
no médio prazo. Há tutorias também entre pares, onde alguns estudantes se
orientam mutuamente.
Os estudantes têm a
oportunidade de optar por um professor para ser seu conselheiro até o final do
ano letivo. As escolas expõem o perfil dos professores e o aluno escolhe quem
ele vai querer como Tutor.
Durante as tutorias,
o educador tem a função de acompanhar a vida acadêmica dos alunos, avaliando o
desenvolvimento e o crescimento escolar, prestando atendimento e apoio no
decorrer do ano e contribuindo com o projeto de vida de cada um. Escolas mais
inovadoras incentivam a tutoria de pais e outros profissionais, fora do corpo
docente institucional, que apoiem alunos em alguns projetos, alunos com
dificuldades, desenvolvam oficinas de interesse dos estudantes. Essa
participação da comunidade na escola está crescendo e é um caminho para ajudar
a trazer novas ideias e inserir a escola no mundo.
Há ações de tutoria
inspiradoras diferentes e inspiradoras, como o projeto conhecido como “Vovós
nas Nuvens”, idealizado pelo Educador Sugata Mitra da Índia, que conta com a
ajuda de pessoas adultas e idosas de vários países que trabalham como
mediadoras, conversando remotamente com os estudantes e em outros países sobre
temas relevantes para eles, dando inclusive conselhos, além de ler histórias ou
contar um pouco sobre seu país e que se ampliou no projeto “Escola na nuvem”.[2]
Alguns desafios na
sua implementação
Um desafio é que muitos docentes estão sobrecarregados de
aulas ou trabalham em dois ou três turnos para poder ter um salário decente e
isso dificulta a preparação e o acompanhamento desses projetos. Isso é um fator
complicador. Mas, de outro lado, há testemunhos de professores que estavam
desanimados e sobrecarregados, que, ao perceber que estas novas propostas faziam
todo o sentido, mudaram sua atitude e se engajaram ativamente em aprender a
gerenciar projetos focados no protagonismo do aluno.
Numa etapa de crise econômica, outro desafio é como
trabalhar as competências pessoais de forma personalizada, com algum tipo de
tutoria, sem aumentar os custos numa escola que precisa cortar despesas. Quando
algo vale a pena – como desenvolver essas competências - há um custo na
formação, na mudança de mentalidade, no desenho de ações.
Estamos começando a ver plataformas que acompanham o
desenvolvimento de cada estudante e que tornam mais visível o percurso de cada
estudante. Ainda serão aperfeiçoadas, mas são instrumentos de gestão acadêmica
importantes para a implementação de um currículo por competências.
Um desafio mais profundo é mostrar para crianças e jovens
que vale a pena desenvolver um projeto de vida com valores como honestidade,
aprender a conviver num contexto de tantos que que mostram exemplos de corrupção,
levar vantagem, de discriminar os mais frágeis e pobres.
Para a maior parte das escolas é um desafio enorme conseguir
implementar na prática um currículo que seja realmente inovador,
coerente com as necessidades dos estudantes no mundo de hoje, que desenvolva a
autonomia e colaboração das crianças e jovens. É um novo desenho complexo que
envolve mudanças profundas que exigem muito diálogo, compartilhamento de
experiências, gestão empreendedora num período tão turbulento e controverso
como o que vivemos neste momento no Brasil.
O Projeto de Vida é um dos eixos centrais para o
desenvolvimento pessoal, para avançar na autonomia, criatividade, colaboração e
transformação individual e da sociedade. Há um movimento no mundo e também no
Brasil de desenhar novos modelos educacionais que encantem crianças e jovens e
o Projeto de vida é chave para o desenvolvimento de competências cognitivas,
socioemocionais, profissionais e sociais.
Algumas referências
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Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-10082011-141814/pt-br.php
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Milena. Aula de projeto de vida prepara
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Jose. Aprendendo a desenvolver e
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Jose. Construindo novas narrativas
significativas na vida e na educação. Disponível em www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2016/04/construindo.pdf
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Edgar. Os setes saberes necessários à educação do futuro. Trad.
de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. 2ª. Ed. São Paulo: Cortez;
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ROGERS, Carl. Libertad y creatividad en la educación. Barcelona:
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Trajetórias
criativas Jovens de 15 a 17 Anos no Ensino Fundamental: Uma
proposta metodológica que promove autoria, criação, protagonismo e autonomia.
Disponível em http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16320-seb-traj-criativas-caderno1-proposta&category_slug=setembro-2014-pdf&Itemid=30192
Contato José Moran: moran10@gmail.com
Publicado em: http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2019/06/Desafios_Vida1.pdf
Versión en español: http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2019/07/proyecto_vida.pdf
[1] Principalmente
em escolas de tempo integral como algumas de São Paulo, Espírito Santo, Ceará,
Pernambuco, Paraíba, Santa Catarina, entre outras.
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