Pagamos um alto preço social pela educação deficiente
Pagamos um preço muito alto como
sociedade por uma educação deficiente: milhões de pessoas não desenvolvem suas
competências básicas, sua autonomia, vivem vidas pouco produtivas e
realizadoras. A educação demorou a chegar aos mais pobres e ainda é frágil para
a maioria nas questões mais importantes: muitos sabem interpretar textos
complexos, fazer contas, pensar pela sua cabeça, ir além do que veem na
televisão. Temos uma dívida social de séculos de pouca preocupação com a
aprendizagem de qualidade da maior parte da população.
A educação de qualidade, além de
ensinar a pensar, também pode ensinar a viver. Em muitos casos, a escola não está
conseguindo ajudar a pensar crítica e autonomamente; muito menos, a preparar
pessoas criativas, empreendedoras e livres. Ela precisa mudar para encantar e
abrir os horizontes de crianças e jovens, cada vez mais entusiasmados.
É um trabalho complexo, demorado
num país imenso. É urgente mudar nosso modelo de ensino muito focado em
conteúdos prontos, separados, memorizados e focar mais no projeto de vida dos
alunos, no desenvolvimento cognitivo e socioemocional, na vivência de valores
importantes: saber conviver com as diferenças, a aprender sozinhos e em grupos
e a mostrar com projetos, pesquisas e atividades o quanto estão conseguindo
aprender em cada momento.
Muitas escolas conseguem fazer um
trabalho digno: valorizam os estudantes, os acolhem, não os deixam para trás.
Boas escolas colocam patamares altos de exigência de resultados e cuidam de que
todos aprendam, mesmo que seja em ritmos diferentes. Muitas outras escolas, no
entanto, com recursos e condições semelhantes, falham no essencial: ensinam de
forma burocrática, desestimulante, ultrapassada.
Sabemos que temos problemas
estruturais graves de formação, remuneração, infraestrutura, base comum, gestão;
mas o problema essencial é humano: gestores e docentes competentes, que
conversem entre si, se ajudem, apoiem e façam o possível para motivar os alunos
e ajudá-los a crescer e evoluir em todos os momentos.
Escolas medíocres comprometem o
futuro de milhares de crianças, jovens e adultos. Crianças que aprendem de
forma autônoma e colaborativa têm muitas mais chances de enfrentar os desafios
de cada etapa da vida, de aprender por sua conta, de empreender. Estamos em um
período muito complexo e desafiador e que exigirá realizar mudanças profundas na
forma de ensinar, de aprender e de empreender de todas as organizações e
pessoas.
Professores, gestores e pais
precisamos sentar-nos mais juntos, chegar a acordos nos nossos papéis
educativos, compartilhar nossas responsabilidades mútuas e dar-nos apoio
incondicional para conseguir o objetivo principal: que nossos estudantes
aprendam de verdade e se transformem em pessoas interessantes, produtivas e
realizadas.
Comentários
alfabetização. Sua função não se restringe mais, como antigamente, à modesta tarefa de ensinar, sua tarefa é mais ampla e profunda, ou seja, deve levar o nosso aluno a ser mais ético, mais compromissado e mais otimista em relação à aprendizagem. O problema está também na falta na gestão dos relacionamentos, na comunicação e no DESEJO DOS EDUCADORES ENSINAR E APRENDER COM TODOS inclusive com os ALUNOS.
• O que significa o conhecimento e o aprender no imaginário do sujeito e sua família?
• Que papel é designado por seus pais em relação ao aprender?
• O processo de ensino-aprendizagem
• Qual é a posição do sujeito frente ao não dito, ao oculto, ao secreto?
• Que função tem o não aprender para o sujeito e para seu grupo familiar?
• Como aprende e como não aprende?
• O não aprender responde a um sintoma, ou é uma resposta reativa ao meio sócio-educativo?
São questionamentos que precisam urgente ser pensado e praticado.
Abraço
Moran
Abraço
Moran