Necessitamos de mudanças profundas
Apesar dos avanços reais no Brasil, ainda estamos distantes de uma educação de qualidade. E, com freqüência, caminhamos no limite da irresponsabilidade, quando privilegiamos mais o lucro, o faz-de-conta, o “jeitinho”. Ou quando burocratizamos a gestão, demorando para introduzir mudanças e mantendo tudo como sempre foi.
A educação é um processo complexo que depende da consciência e ação política e estratégica constante e continuada de todos os governantes e gestores. No Brasil está aumentando a consciência, mas há muita descontinuidade política e de gestão.
Está mudando a forma de conceber e exercer essa ação pedagógica, com as possibilidades de ensinar e aprender dentro e fora da sala de aula, sozinhos ou em grupos, ao vivo ou conectados, presencial ou virtualmente. São situações muito novas, que desafiam profundamente tudo o que até agora fizemos e o que, em geral, continuamos realizando mecanicamente, por inércia.
À cada ano que passa a sensação de incongruência, de distanciamento entre a educação desejada e a real aumenta. A sociedade evolui mais do que a escola e sem mudanças profundas, consistentes e constantes não avançaremos rapidamente como nação. Não basta colocar os alunos na escola. Temos que oferecer-lhes uma educação instigadora, estimulante, provocativa, dinâmica, ativa desde o começo e em todos os níveis de ensino. Milhões de alunos estão submetidos a modelos engessados, padronizados, repetitivos, monótonos, previsíveis, asfixiantes.
“Apenas 26% da população com mais de 15 anos (...) tem domínio pleno das habilidades de leitura e escrita, ou seja, um em cada quatro jovens e adultos consegue compreender totalmente um texto”. O restante, 50% dos brasileiros, são os chamados analfabetos funcionais, que "mal conseguem identificar enunciados simples, sendo incapazes de interpretar texto mais longo ou com alguma complexidade", aponta o Inaf.[1]
A educação como um todo precisa de mudanças estruturais. A inadequação é de tal ordem que não bastam aperfeiçoamentos, ajustes, remendos. Um estudante que termina uma Faculdade dedica à aprendizagem mais de 20.000 horas, desde que começou a freqüentar a escola. É incrível que depois de tantos anos de aprendizado tantos alunos não saibam quase nada; que não gostem de ler, que tenham dificuldades em interpretar textos, que não consigam entender as mudanças do mundo em que vivem.
[1] Dados extraídos do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - http://www.inep.gov.br/ e publicados no Diário Catarinense de Florianópolis, com o título “São 16 milhões de analfabetos” no dia 01/10/2004 .
(A educação que desejamos. Introdução)
A educação é um processo complexo que depende da consciência e ação política e estratégica constante e continuada de todos os governantes e gestores. No Brasil está aumentando a consciência, mas há muita descontinuidade política e de gestão.
Está mudando a forma de conceber e exercer essa ação pedagógica, com as possibilidades de ensinar e aprender dentro e fora da sala de aula, sozinhos ou em grupos, ao vivo ou conectados, presencial ou virtualmente. São situações muito novas, que desafiam profundamente tudo o que até agora fizemos e o que, em geral, continuamos realizando mecanicamente, por inércia.
À cada ano que passa a sensação de incongruência, de distanciamento entre a educação desejada e a real aumenta. A sociedade evolui mais do que a escola e sem mudanças profundas, consistentes e constantes não avançaremos rapidamente como nação. Não basta colocar os alunos na escola. Temos que oferecer-lhes uma educação instigadora, estimulante, provocativa, dinâmica, ativa desde o começo e em todos os níveis de ensino. Milhões de alunos estão submetidos a modelos engessados, padronizados, repetitivos, monótonos, previsíveis, asfixiantes.
“Apenas 26% da população com mais de 15 anos (...) tem domínio pleno das habilidades de leitura e escrita, ou seja, um em cada quatro jovens e adultos consegue compreender totalmente um texto”. O restante, 50% dos brasileiros, são os chamados analfabetos funcionais, que "mal conseguem identificar enunciados simples, sendo incapazes de interpretar texto mais longo ou com alguma complexidade", aponta o Inaf.[1]
A educação como um todo precisa de mudanças estruturais. A inadequação é de tal ordem que não bastam aperfeiçoamentos, ajustes, remendos. Um estudante que termina uma Faculdade dedica à aprendizagem mais de 20.000 horas, desde que começou a freqüentar a escola. É incrível que depois de tantos anos de aprendizado tantos alunos não saibam quase nada; que não gostem de ler, que tenham dificuldades em interpretar textos, que não consigam entender as mudanças do mundo em que vivem.
[1] Dados extraídos do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - http://www.inep.gov.br/ e publicados no Diário Catarinense de Florianópolis, com o título “São 16 milhões de analfabetos” no dia 01/10/2004 .
(A educação que desejamos. Introdução)
Comentários
Abraços
Ligiane - RS
Obrigado pelo comentário. Apareça quando pujder. Pretendo continuar disutindo cada semana novos tópicos do livro.
Felicidades.
Grande abraço
Moran
Realmente é desalentador ver o que acontece com as políticas públicas em relação à educação.Quanto ao estímulo para uso de tecnologias, por exemplo, não há coerência entre os diferentes órgãos do governo. Enquanto uns oferecem cursos de formação, outros fecham laboratórios e espaços dentro das escolas.Precisamos de ações políticas, mas também criar uma consciência enquanto profissionais da educação de que as práticas precisam mudar principalmente por iniciativas de cada educador, acreditando que educar hoje exige posturas diferentes, onde se considere toda complexidade dos educandos, evitando passar conhecimentos fragmentados. Com a internet podemos possibilitar uma contextualização maior na aprendizagem, tecendo redes colaborativas. Suas idéias nos abrem caminhos, encorajam. Obrigada.
Boa Noite
Amanhã temos um novo encontro.
Situações novas,novos desafios.
Temos que evoluir mais que a Escola como o Sr. mesmo disse.
Estamos tentando, pois tudo é válido na Educação para estimular nossos alunos.
Até amanhã
Boa viagem
Sandra Matos do Carmo
Escola Dorothóvio
Ainda não li o seu mais novo livro, só li sua apresentação e comentários, com certeza será um material que utilizaremos nas elaborações de monografias e em cursos. Sou uma leitora assídua de suas publicações e divulgo para os meus alunos da Faculdade, assim como indico para a biblioteca da mesma. Sua preocupação com a educação e as transformações que deveriam ocorrer também são minhas e de muitos colegas professores. Fazemos em nosso trabalho um passo a cada dia, tentando desenvolver mudanças, sabemos que não é fácil, mas aos poucos vamos conseguindo adeptos dessas transformações... ]
Maria Helena S.Bettega
É bom encontrar pessoas como vocês, que buscam novos caminhos na educação. Continuem trazendo suas contribuições para todos nós.
Grande abraço
Moran
Estou me preparando para ser tutor de uma UAB, e estou lendo um artigo novos desafios na educação - a internet na educação presencial e virtual- e concordo que será o novo desafio da educação, pois como disse a colega Ligiane - RS, temos jovens que tem dificuldade para interpretar, imagina como será ele se tornando autonomo?
Bom trabalho.
Nivaldo
pelo site!!
bjs