Educação híbrida: um conceito chave para a educação, hoje José Moran
Texto meu publicado no livro Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação, organizado por BACICH, TANZI & TREVISANI – Porto Alegre: PENSO, 2015, Págs. 27-45. O texto traz alguns insights que hoje me parecem ser mais evidentes que quando o escrevi pela primeira vez.
Muitas misturas
Híbrido significa misturado,
mesclado, blended. A educação sempre foi misturada, híbrida, sempre combinou
vários espaços, tempos, atividades, metodologias, públicos. Esse processo
agora, com a mobilidade e conectividade, é muito mais perceptível, amplo e
profundo: é um ecossistema mais aberto e criativo. Podemos ensinar e aprender
de inúmeras formas, em todos os momentos, em múltiplos espaços. Híbrido é um conceito
rico, apropriado e complicado. Tudo pode ser misturado, combinado e podemos,
com os mesmos ingredientes, preparar diversos “pratos” com sabores muito
diferentes.
A mistura mais complexa é o que
vale a pena aprender, para que e como. O que vale a pena? Que conteúdos,
competências e valores escolher, numa sociedade tão multicultural? O que faz
sentido aprender num mundo tão heterogêneo e mutante? Podemos ensinar a mudar
se nós mesmos os gestores e docentes temos tantas dificuldades em tomar
decisões, em evoluir, em sermos coerentes, livres, realizados? Podemos ensinar
de verdade, se não praticamos o que ensinamos?
A educação é híbrida também
porque acontece num contexto de uma sociedade imperfeita, contraditória nas
políticas, nos modelos, entre os ideais afirmados e as práticas efetuadas, onde
muitas das competências socioemocionais e valores apregoados não são coerentes
com o comportamento cotidiano de uma parte dos gestores, docentes, alunos e
famílias. Numa sociedade em mudança, em construção, contraditória, com
profissionais em estágios desiguais de evolução cognitiva, emocional e moral,
tudo é mais complexo e difícil. Uma escola imperfeita é a expressão de uma
sociedade também imperfeita, híbrida, contraditória. Muitos gestores, docentes
e alunos são “híbridos”, no sentido de contraditórios, pela formação
desbalanceada (mais competências cognitivas que socioemocionais) e pelas
dificuldades em saber conviver e aprender juntos.
O ensino é híbrido, também porque
não se reduz ao que planejamos institucionalmente, intencionalmente. Aprendemos
através de processos organizados, junto com processos abertos, informais.
Aprendemos quando estamos com um professor e aprendemos sozinhos, com colegas,
com desconhecidos. Aprendemos intencionalmente e aprendemos espontaneamente,
aprendemos quando estudamos e aprendemos também quando nos divertimos.
Aprendemos com o sucesso, e aprendemos com o fracasso. Hoje temos inúmeras
formas de aprender. Por que tantos se perdem, não se interessam, abandonam o
que iniciaram?
Ensino é híbrido porque todos
somos aprendizes e mestres, consumidores e produtores de informação e
conhecimento. Passamos em pouco tempo de consumidores da grande mídia para
“prosumidores” – produtores e
consumidores- de múltiplas mídias, de múltiplas plataformas e formatos para
acessar informações, publicar nossas histórias, sentimentos,reflexões e nossa
visão de mundo. Somos o que escrevemos, o que postamos, o que “curtimos”. Neles
expressamos nossa caminhada, valores, visão de mundo, nossos sonhos e limitações.
Num sentido mais amplo, há muitos
portais e aplicativos que facilitam que qualquer um pode ser professor, pode
ensinar algo que interesse a alguém (de forma gratuita ou paga). Todos
ensinamos e aprendemos o tempo todo, de forma muito mais livre, em grupos mais
ou menos informais, abertos ou monitorados.
Na educação acontecem vários
tipos de mistura, blended ou educação
híbrida: de saberes e valores, quando integramos várias áreas de conhecimento
(no modelo disciplinar ou não); blended
de metodologias, com desafios, atividades, projetos, games, grupais e
individuais, colaborativos e personalizados. Também falamos de tecnologias híbridas, que integram as atividades da
sala de aula com as digitais, as presenciais com as virtuais. Híbrido também pode ser um currículo
mais flexível, que planeje o que é básico e fundamental para todos e que
permita, ao mesmo tempo, caminhos personalizados para atender às necessidades
de cada aluno. Híbrido também é a
articulação de processos mais formais de ensino e aprendizagem com os
informais, de educação aberta e em rede. Híbrido implica em misturar e integrar
áreas diferentes, profissionais diferentes e alunos diferentes, em espaços e
tempos diferentes.
São muitas questões que impactam
a questão do ensino híbrido, que não se reduz a metodologias ativas, ao mix de
presencial e online, de sala de aula e outros espaços, mas que mostra que, de
um lado, ensinar e aprender nunca foi tão fascinante, pelas inúmeras
oportunidades oferecidas e, de outro, frustrante, pelas dificuldades em
conseguir que todos desenvolvam seu potencial e se mobilizem de verdade para evoluir sempre mais.
Qual é combinação melhor dessa
mistura, como juntar o melhor de cada ingrediente e conseguir um resultado
excepcional?.
As instituições educacionais
atentas às mudanças escolhem fundamentalmente dois caminhos, um mais suave - mudanças progressivas - e outro mais amplo,
com mudanças profundas. No caminho mais
suave, elas mantêm o modelo curricular predominante – disciplinar – mas
priorizam o envolvimento maior do aluno, com metodologias ativas como o ensino
por projetos de forma mais interdisciplinar, o ensino híbrido ou blended e a sala de aula invertida.
Outras instituições propõem
modelos mais inovadores, sem disciplinas, que redesenham o projeto, os espaços
físicos, as metodologias, baseadas em atividades, desafios, problemas, jogos e
onde cada aluno aprende no seu próprio ritmo e necessidade e também aprende com
os outros em grupos e projetos, com supervisão de professores orientadores.
1.
Ensino
híbrido em modelos pedagógicos mais inovadores
As instituições mais inovadoras procuram
integrar algumas dimensões importantes no seu projeto político-pedagógico:
1.1. Ênfase no
projeto de vida de cada aluno com orientação de um mentor;
1.2. Ênfase em
valores e competências amplas: de conhecimento e socioemocionais
1.3.
Equilíbrio entre a aprendizagem pessoal e a grupal. Respeito ao ritmo e estilo
de aprendizagem de cada aluno combinado com metodologias ativas grupais
(desafios,projetos, jogos significativos), sem disciplinas, com integração de
tempos, espaços e tecnologias digitais.
1.1. A construção do projeto de vida
Um projeto de vida deve promover a convergência entre, de
um lado, os interesses e paixões de cada aluno e, de outro, os seus talentos,
sua história e seu contexto. O projeto visa estimular a busca de um sentido, de
uma vida com significado, com motivação profunda, uma vida útil socialmente. A
escola disponibiliza para cada aluno um mentor que o acompanha mais de perto no
seu dia a dia, não só nas decisões de aprendizagem, mas principalmente nas
decisões sobre a visão de futuro.
Professores e pais,
nestas escolas inovadoras, transmitem mensagens fundamentais para as crianças: “Persigam
seus sonhos” e os ajudam a realizá-los (orientação, apoio), mesmo que depois mudem. O maior desafio que
temos é aprender a transformar-nos em pessoas cada vez mais humanas, sensíveis,
afetivas e realizadas, vivendo de forma simples, andando na contramão de muitas
visões materialistas, egoístas e deslumbradas com as aparências. De pouco adianta saber muito, se não saímos do nosso egoísmo nem praticamos o que
conhecemos.
O projeto de vida olha
para o passado de cada aluno (história), para o seu contexto atual e para as
suas expectativas futuras. Isso pode ser trabalhado com histórias e narrativas:
“Ver a aprendizagem como algo ligado à história de vida é entender que ela está
situada em um contexto, e que também tem história – tanto em termos de
histórias de vida dos indivíduos e histórias e trajetórias das instituições que
oferecem oportunidades formais de aprendizagem, como de histórias de
comunidades e situações em eu a aprendizagem informal se desenvolve” (GOODSON,
2007, p 250). O currículo e a
aprendizagem são narrativas que também se constroem no percurso, em
contraposição às narrativas prontas, definidas previamente nos sistemas
convencionais de ensino.
Cada um de nós vai
construindo seu projeto de vida na fluência de uma rica trama de trocas,
reflexões, vivências, histórias físicas e digitais, formais e informais,
previsíveis e ocasionais, que se interligam e recombinam incessantemente. Nossa vida é uma narrativa dinâmica com
enredo fluido, costurado com fragmentos das múltiplas histórias que vivenciamos
e compartilhamos de diversas formas com alguns mais próximos física e
digitalmente. Nesta narrativa em construção, nossa vida adquire mais sentido,
quando conseguimos perceber alguma coerência, alguns padrões importantes, junto
com algumas descobertas iluminadoras. Construímos a vida como uma narrativa,
com enredos múltiplos, com diversos atores internos e externos, que se
explicita nessa troca incessante de mensagens, vivências e saberes. Aprendemos
mais e melhor quando encontramos significado para o que percebemos, somos e
desejamos, quando há alguma lógica nesse caminhar - no meio de inúmeras
contradições e incertezas - que ilumina nosso passado e presente e orienta
nosso futuro.
A educação no sentido
mais amplo é aprender - e ajudar a que
outros aprendam pela comunicação e compartilhamento - a construir histórias de
vida, que façam sentido, que nos ajudem a compreender melhor o mundo, aos
demais e a nós mesmos; que nos estimulem
a evoluir como pessoas, a fazer escolhas, nos libertem das nossas
dependências e nos tornem mais produtivos e realizados em todos os campos, como
pessoas e cidadãos.
Bruner mostra que as
narrativas são linguagens que contribuem para tornar significativa a aprendizagem na vida dos estudantes através
da interação pela reelaboração das diversas experiências. (BRUNER, 2001).
A educação de qualidade
nos ajuda a construir histórias relevantes. A pessoa motivada para aprender
consegue evoluir mais e desenvolver um projeto de vida mais significativo. Por isso, além de saber contar histórias e
estimular os alunos a que contem suas histórias, o fundamental é que os
ajudemos a perceber que a vida é uma grande história que vale a pena ser vivida
e que a vamos construindo em capítulos sucessivos: como crianças, jovens,
adultos e idosos. Isso amplia
enormemente o potencial motivador para viver, e facilita a percepção de que, no
meio de múltiplas pequenas histórias, estamos construindo uma narrativa
silenciosa que as integra em uma sequência significativa. Costumamos dar muita
mais ênfase a conteúdos específicos do que à construção desta narrativa
integradora de vida. O projeto de vida é a grande história que precisa ser
estimulada em cada aluno pelos adultos.
Infelizmente muitos só navegam na superfície dos acontecimentos, sem
construir um sentido mais profundo para sua existência. Não basta estar
conectado para aprender o essencial.
1.2. Ênfase em valores e competências amplas: de
conhecimento e socioemocionais
O
centro do projeto pedagógico das escolas inovadoras é a construção de valores
fundamentais sólidos, e, a partir deles, das competências cognitivas e
socioemocionais da comunidade
educadora. Os valores, competências e
projeto de vida não permanecem confinados nos documentos oficiais, mas são
vivenciados no currículo, na formação
continuada e na prática docente, na cultura de toda a comunidade escolar.
A educação é um processo de desenvolvimento humano que tem
lugar através da aprendizagem trezentos e sessenta graus: a aprendizagem ampla,
integrada, desafiadora. A escola
hoje precisa ser pluralista num mundo complexo, que mostre visões, formas de
viver e diferentes possibilidades de realização pessoal, profissional e social, que nos ajudem a evoluir sempre
mais na compreensão, vivência e prática cognitiva, emotiva, ética e de
liberdade.
Aprender é um processo ativo e progressivo: "Aprender é
se tornar capaz de fazer o que antes não conseguíamos fazer" (Peter
Senge). É desenvolver um conjunto integrado de competências de aprender a
conhecer, a conviver, a ser e a agir.
A comunicação aberta, em múltiplas redes, é um componente chave para a aprendizagem significativa,
pelas possibilidades de acesso, troca, recombinação de ideias, experiências e
sínteses. O desafio da escola é fazer com que o aluno seja capaz de dar sentido
às coisas, compreendê-las e contextualizá-las numa visão mais integradora,
ampla, ligada à sua vida.
Temos baseado a educação mais no controle do que no afeto,
no autoritarismo do que na colaboração. “Talvez o significado mais marcante de
nosso trabalho e de maior alcance futuro seja simplesmente nosso modo de ser e
agir enquanto equipe. Criar um ambiente onde o poder é compartilhado, onde os
indivíduos são fortalecidos, onde os grupos são vistos como dignos de confiança
e competentes para enfrentar os problemas - tudo isto é inaudito na vida comum.
Nossas escolas, nosso governo, nossos negócios estão permeados da visão de que
nem o indivíduo nem o grupo são dignos de confiança. Deve existir poder sobre
eles, poder para controlar. O sistema hierárquico é inerente a toda a nossa
cultura”. (ROGERS, 1987, p.66).
A comunicação afetiva – com apoio das tecnologias - nos
ajuda a aprender a partir das histórias de vida e dos sonhos de cada um dos
alunos. O clima de acolhimento, de confiança, incentivo e colaboração são
decisivos para uma aprendizagem significativa e transformadora. “Se as pessoas
são aceitas e consideradas, tendem a desenvolver uma atitude de mais
consideração em relação a si mesmas” (ROGERS, 1987, p.65).
A aprendizagem depende também de
se a motivação profunda é intrínseca ou
extrínseca. Intrínseca, se a pessoa não depende de controle externo, de
premiação ou punição. Na extrínseca, o aluno depende de reforços externos:
nota, remuneração, medo. (BRITO, 1989)
O ensino híbrido combina algumas
dimensões da motivação extrínseca com a intrínseca. A aprendizagem extrínseca é
útil para criar hábitos, rotinas, procedimentos, principalmente com crianças,
mas depois é mais importante que seja internalizada pelos próprios estudantes. A
aprendizagem é mais significativa quando motivamos os alunos intimamente,
quando eles acham sentido nas atividades que propomos, quando consultamos suas
motivações profundas, quando se engajam em projetos criativos e socialmente
relevantes.
1.3. Equilíbrio entre compartilhar e
personalizar
A aprendizagem se
constrói num processo equilibrado entre a construção coletiva - através de múltiplas formas de
colaboração em diversos grupos- e a personalizada
- em que cada um percorre roteiros
diferenciadores. A aprendizagem acontece no movimento fluido, constante e
intenso entre a comunicação grupal e a pessoal, entre a colaboração com pessoas
motivadas e o diálogo de cada pessoa consigo mesma, com todas as instâncias que
a compõem e definem, numa reelaboração
permanente.
Num mundo tão dinâmico, de múltiplas linguagens, telas,
grupos e culturas, cada um de nós precisa – junto com todas as
interações sociais - encontrar tempo para aprofundar,
refletir, reelaborar, produzir e fazer novas sínteses.
É na síntese dinâmica da aprendizagem personalizada e
colaborativa que desenvolvemos todo o nosso potencial como pessoas e como
grupos sociais, ao enriquecer-nos mutuamente com as múltiplas interfaces do
diálogo dentro de cada um, alimentando e alimentados pelos diálogos com os
diversos grupos nos quais participamos, com a intensa troca de ideias,
sentimentos e competências em múltiplos desafios que a vida nos oferece.
As escolas que nos mostram novos
caminhos estão mudando o modelo disciplinar por modelos mais centrados em
aprender ativamente com problemas reais, desafios relevantes, jogos, atividades
e leituras, valores fundamentais, combinando tempos individuais e tempos
coletivos; projetos pessoais de vida e de aprendizagem e projetos em grupo.
Isso exige uma mudança de configuração do currículo, da participação dos
professores, da organização das atividades didáticas, da organização dos
espaços e tempos.
As metodologias precisam
acompanhar os objetivos pretendidos. Se queremos que os alunos sejam proativos, precisamos adotar metodologias em que
os alunos se envolvam em atividades
cada vez mais complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de
materiais relevantes. Se queremos que
sejam criativos, eles precisam experimentar inúmeras novas possibilidades de
mostrar sua iniciativa.
Desafios e atividades podem ser dosados, planejados e acompanhados e avaliados com
apoio de tecnologias. Os desafios bem planejados contribuem para mobilizar as
competências desejadas, intelectuais, emocionais, pessoais e comunicacionais. Exigem pesquisar, avaliar situações, pontos
de vista diferentes, fazer escolhas, assumir alguns riscos, aprender pela
descoberta, caminhar do simples para o complexo. Nas etapas de formação, os
alunos precisam de acompanhamento de profissionais mais experientes para
ajudá-los a tornar conscientes alguns processos, a estabelecer conexões não
percebidas, a superar etapas mais rapidamente, a confrontá-los com novas
possibilidades.
Nas metodologias ativas de
aprendizagem o aprendizado se dá a partir de problemas e situações reais, os
mesmos que os alunos vivenciarão depois na vida profissional, de forma
antecipada, durante o curso.
Podemos oferecer propostas mais
personalizadas, para cada estilo predominante de aprendizagem, monitorando-as,
avaliando-as em tempo real, o que não era possível na educação mais massiva ou
convencional. Alunos mais pragmáticos
preferirão atividades diferentes às dos alunos mais teóricos ou conceituais e a
ênfase nas atividades será também distinta.
As atividades podem ser muito
mais diversificadas, com metodologias
mais ativas, que combinem o melhor do percurso individual e grupal. As
tecnologias móveis e em rede permitem conectar todos os espaços e elaborar
políticas diferenciadas de organização de processos de ensino e aprendizagem
adaptados à cada situação, aos que são mais proativos e aos mais passivos; aos
muito rápidos e aos mais lentos; aos que precisam de muita tutoria e
acompanhamento e aos que sabem aprender sozinhos.
É possível planejar atividades
diferentes para grupos de alunos diferentes, em ritmos diferentes e com
possibilidade real de acompanhamento pelos professores. Esses recursos mapeiam,
monitoram, facilitam e interaprendem com a prática e a experiência (SIEMENS,
2005). Há hoje um grande avanço na análise dos metadados, na geração de
relatórios personalizados, no desenvolvimento de plataformas adaptativas e aplicativos que orientam os professores
sobre como cada aluno aprende, em que estágio se encontra, o que o motiva mais[1].
A escola pode integrar-se aos
espaços significativos da cidade e do mundo pelo contato físico e o digital:
centros produtivos, comerciais e culturais - museus, cinemas, teatros, parques,
praças, ateliês, entre outros. Podem organizar também os currículos com
atividades profissionais ou sociais, com apoio da comunidade, além de todos os
ambientes virtuais disponíveis.
Um dos muitos modelos
interessantes para pensar como organizar a “sala de aula” de forma diferente é
olhar para algumas escolas inovadoras. Por exemplo os projetos das escolas Summit
(Summit Schools) da California equilibram tempos de atividades individuais, com
as de grupo; sob a supervisão de dois professores, de áreas diferentes (humanas
e exatas) que se preocupam com projetos que permitam olhares abrangentes,
integradores, sem disciplinas. Acompanham o progresso de cada aluno (toda sexta
feira conversam individualmente com cada aluno) e cada aluno tem um Mentor, que
o orienta no seu projeto de vida. Os alunos fazem avaliações quando se sentem
preparados. As competências socioemocionais são muito enfatizadas assim como o
desenvolvimento de atividades e projetos em organizações fora das escolas.[2]
O ambiente físico das salas de
aula e da escola como um todo também foi redesenhado por estas escolas mais inovadoras, mais
centrado no aluno. As salas de aula são mais multifuncionais, combinem
facilmente atividades de grupo, de plenário e individuais. Os ambientes estão cada
vez mais adaptados para uso de tecnologias móveis.
As escolas como um todo precisam
repensar esses espaços tão quadrados para espaços mais abertos, onde lazer e
estudo estejam mais integrados. O que impressiona nas escolas com desenhos
arquitetônicos e pedagógicos mais avançados é que os espaços são mais amplos,
agradáveis. Há escolas mais em contato com a natureza, que tem vantagens
inegáveis para projetos de ecologia de aprendizagem mais integral (como o
Projeto Âncora)[3] ,
mas também há projetos em comunidades carentes como o da Escola Municipal
Campos Salles, em que os alunos desenvolvem roteiros de aprendizagem personalizados,
em pequenos grupos, com o acompanhamento dos Professores Tutores e o apoio dos
dados da evolução de cada aluno,
fornecidos online por uma plataforma adaptativa[4].
Também no Rio e Recife temos as
escolas públicas do projeto NAVE - o Colégio Estadual Leite Lopes, no Rio,
participa do Projeto Nave – Núcleo Avançado de Educação – que utiliza as
tecnologias para capacitar alunos do ensino médio para profissões no campo
digital. São espaços grandes, com pátios onde lazer e pesquisa se misturam.[5]
Os impactos positivos do programa vêm sendo colhidos
também nas avaliações realizadas pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O Nos resultados divulgados nas duas
últimas edições do exame, o Colégio Estadual José Leite Lopes foi o 1º lugar
das escolas ligadas à Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC-RJ), resultado
também alcançado pela Escola Técnica Estadual Cícero Dias, 1ª colocada entre as
escolas de Pernambuco vinculadas à Secretaria Estadual de Educação de
Pernambuco (SEEP. Um dos exemplos
brasileiros de foco nas competências socioemocionais é o Colégio Estadual Chico
Anysio, no Rio de Janeiro. A unidade, inaugurada em 2013, faz parte de um
projeto da Secretaria de Educação fluminense e o Instituto Ayrton Senna. A
escola tem jornada integral no ensino médio, mas sem conteúdo
profissionalizante. Os eixos da formação envolvem trabalho, convívio,
aprendizagem e autonomia[6].
Outro conjunto de escolas interessantes são as
escolas públicas High Tech High que
lembram laboratórios multiuso, onde os alunos vão da ideia à realização e
apresentação dos seus projetos, com apoio de ferramentas físicas e digitais,
entre elas as impressoras 3-D. Há uma ênfase na cultura do fazer (cultura
maker) e nas competências socioemocionais.[7]
No Ensino Superior a área de
saúde foi pioneira em trabalhar com solução de problemas (PBL), já na década de
sessenta através da Universidade McMaster, no Canadá e a Universidade de
Maastricht na Holanda. (CYRINO, E. & TORALLES-PEREIRA, M.L, 2004). Muitos
cursos de Medicina trabalham com problemas e também muitos cursos de Engenharia
adotam a Metodologia de Projetos, como o Olin College[8]
e, no Brasil, o Insper. Instituições inovadoras como o Institute of Design de Stanford admitem alunos de todas as áreas de
conhecimento e desenvolvem projetos criativos através da metodologia do Design Thinking[9].
Agora, com as tecnologias móveis,
os modelos de Problemas e Projetos são mais híbridos. Uma parte das atividades
é realizada no ambiente virtual e outra parte, presencialmente. Também há uma
maior flexibilidade para fazer reuniões virtuais ou presenciais. O modelo
híbrido é muito importante para os que trabalham com problemas e com projetos.
Instituições como a Unisal em Lorena desenvolvem metodologias ativas como a
Aprendizagem por pares (Peer Instruction),
por times e outros. O Peer Instruction
é uma das metodologias inovadoras aplicadas por professores nos diversos
cursos. Outros métodos utilizados são PBL – Project
Based Learning (aprendizagem por meio de projetos ou de problemas); TBL –Team-based Learning (aprendizagem por
times), WAC – Writing Across the
Curriculum (escrita por meio das disciplinas) e Study Case (estudo de caso).[10]
Outra proposta interessante é a
da Uniamérica de Foz de Iguaçu, que aboliu em cursos como o de Biomedicina e
Farmácia a divisão por séries e o
currículo não é organizado por disciplinas, mas por projetos e aula invertida.
“Ao tirar a divisão por disciplinas, orientamos todas as competências
necessárias através de projetos semestrais temáticos. O aluno escolhe um
problema real de sua comunidade ou região para trabalhar os temas daquele
período.”[11] As
aulas expositivas também foram abolidas. Agora, os alunos estudam os conteúdos
em casa, ou onde preferirem. São disponibilizados em uma plataforma on-line
vídeos, textos e um conjunto de atividades às quais os estudantes devem se
dedicar antes de ir para a aula. Essas atividades são de dois tipos: um
primeiro de fixação e garantia de compreensão do conteúdo, e outro de
problematização, que estimula a pesquisa e a transposição do conhecimento para
problemas reais. Com isso, o tempo em sala de aula é usado para que os temas
sejam debatidos mais profundamente e também para a realização dos projetos do
semestre.
Na educação formal uns projetos
pedagógicos dão mais ênfase à aprendizagem grupal, enquanto outros à
aprendizagem individualizada. Ambos são importantes e precisam ser integrados
para dar conta da complexidade de aprender na nossa sociedade cada vez mais
dinâmica e incerta. Um bom projeto pedagógico prevê o equilíbrio entre tempos
de aprendizagem pessoal e tempos de aprendizagem colaborativa. Aprendemos com
os demais e aprendemos sozinhos.
Num mundo de tantas informações,
oportunidades e caminhos, a qualidade da docência se manifesta na combinação do
trabalho em grupo com a personalização, no incentivo à colaboração entre todos
e, ao mesmo tempo, à que cada um possa personalizar seu percurso. As
tecnologias WEB 2.0, gratuitas, facilitam a aprendizagem colaborativa, entre
colegas, próximos e distantes. Cada vez adquire mais importância a comunicação
entre pares, entre iguais, dos alunos entre si, trocando informações,
participando de atividades em conjunto, resolvendo desafios, realizando
projetos, avaliando-se mutuamente. Fora da escola acontece o mesmo, a
comunicação entre grupos, nas redes sociais, que compartilham interesses,
vivências, pesquisas, aprendizagens. Cada vez mais a educação se horizontaliza
e se expressa em múltiplas interações grupais e personalizadas.
A comunicação através da
colaboração se complementa com a comunicação um a um, com a personalização, através
do diálogo do professor com cada aluno e seu projeto, com a orientação e
acompanhamento do seu ritmo. Podemos oferecer sequências didáticas mais
personalizadas, monitorando-as, avaliando-as em tempo real, com o apoio de
plataformas adaptativas, o que não era possível na educação mais massiva ou
convencional. Com isso o professor conversa, orienta seus alunos de uma forma
mais direta, no momento que precisam e da forma mais conveniente.
Sozinhos vamos até um certo
ponto; juntos, também. Essa interconexão entre a aprendizagem pessoal e a
colaborativa, num movimento contínuo e ritmado, nos ajuda a avançar muito além
do que o faríamos sozinhos ou só em grupo. Os projetos pedagógicos inovadores
conciliam, na organização curricular, espaços, tempos e projetos que equilibram
a comunicação pessoal e a colaborativa, presencial e online.
O papel ativo do professor como
design de caminhos, de atividades individuais e de grupo é decisivo e o faz de
forma diferente .O professor se torna cada vez mais um gestor e orientador de
caminhos coletivos e individuais, previsíveis e imprevisíveis, em uma
construção mais aberta, criativa e empreendedora.
O que a tecnologia traz hoje é
integração de todos os espaços e tempos. O ensinar e aprender acontece numa
interligação simbiótica, profunda, constante entre o que chamamos mundo físico
e mundo digital. Não são dois mundos ou espaços, mas um espaço estendido, uma
sala de aula ampliada, que se mescla, hibridiza constantemente. Por isso a
educação formal é cada vez mais blended, misturada, híbrida, porque não
acontece só no espaço físico da sala de aula, mas nos múltiplos espaços do
cotidiano, que incluem os digitais. O professor precisa seguir comunicando-se
face a face com os alunos, mas também digitalmente, com as tecnologias móveis,
equilibrando a interação com todos e com cada um.
O digital facilita e amplia os
grupos e comunidades de práticas, de saberes, de coautores. O aluno pode ser
também produtor de informação, coautor com seus colegas e professores,
reelaborando materiais em grupo, contando histórias (story telling), debatendo
ideias num fórum, divulgando seus resultados num ambiente de webconferência,
num blog ou página web.
Essa mescla, entre sala de aula e
ambientes virtuais é fundamental para abrir a escola para o mundo e para trazer
o mundo para dentro da escola. Uma outra mescla, ou blended é a de prever
processos de comunicação mais planejados, organizados e formais com outros mais
abertos, como os que acontecem nas redes sociais, onde há uma linguagem mais familiar,
uma espontaneidade maior, uma fluência de imagens, ideias e vídeos constante.
“Há indicadores que nos permitem
argumentar a favor do currículo por projetos como uma matriz de mudança em
potencial para aqueles segmentos da educação que entendem ser necessário
recuperar a totalidade do conhecimento e romper com o conservadorismo das
práticas pedagógicas repetitivas e acríticas” (KELLER-FRANCO & MASSETTO,
2012, p.12)
“O ensino híbrido é um programa de educação
formal no qual um aluno aprende, pelo menos em parte, por meio do ensino
online, com algum elemento de controle do estudante sobre o tempo, lugar, modo
e/ou ritmo do estudo, e pelo menos em parte em uma localidade física
supervisionada, fora de sua residência”. (CHRISTENSEN, HORN & STAKER, 2013). Todas as escolas podem
implementar o ensino híbrido, misturado, tanto as que possuem uma infraestrutura tecnológica
sofisticada como as mais carentes. Todos os professores, também.
2.
Ensino
híbrido em modelos pedagógicos disciplinares
Podemos ensinar por problemas e
projetos num modelo disciplinar e em modelos sem disciplinas; com modelos mais
abertos - de construção mais participativa e processual - e com modelos mais
roteirizados, preparados previamente, mas executados com flexibilidade e forte
ênfase no acompanhamento do ritmo de cada aluno e do seu envolvimento também em
atividades em grupo.
Um dos modelos mais interessantes
de fazer avanços, dentro do modelo disciplinar, é o de concentrar no ambiente
virtual o que é informação básica e deixar para a sala de aula as atividades
mais criativas e supervisionadas. É o
que se chama de aula invertida. Nela, o docente propõe o estudo de determinado
tema e o aluno procura as informações básicas na internet, assiste vídeos e
animações e lê os textos que estão disponíveis na web ou na biblioteca da
escola. O passo seguinte é fazer uma avaliação pedindo que a turma responda a
três ou quatro questões sobre o assunto, para diagnosticar o que foi aprendido
e os pontos que necessitam de ajuda. Em sala de aula, o professor orienta
aqueles que ainda não adquiriram o básico para que possam avançar. Ao mesmo
tempo, oferece problemas mais complexos a quem já domina o essencial, assim os
estudantes vão aplicando os conhecimentos e relacionando-os com a realidade. Um
modelo um pouco mais complexo é partir direto de desafios, o que pode ocorrer
dentro de uma só disciplina ou juntando-se várias. Três ou quatro professores
que trabalhem com a mesma turma podem propor um problema interessante cuja
resolução envolva diversas áreas do conhecimento. É importante que os projetos
estejam ligados à vida dos alunos, às suas motivações profundas, que o
professor saiba gerenciar essas atividades, envolvendo-os, negociando com eles
as melhores formas de realizar o projeto, valorizando cada etapa e
principalmente a apresentação e a publicação em um lugar virtual visível do
ambiente virtual para além do grupo e da classe.
A combinação de aprendizagem por
desafios, problemas reais, jogos, com a aula invertida é muito importante para
que os alunos aprendam fazendo, aprendam juntos e aprendam, também, no seu
próprio ritmo. Os jogos e as aulas roteirizadas com a linguagem de jogos cada
vez estão mais presentes no cotidiano escolar. Para gerações acostumadas a
jogar, a de desafios, recompensas, de competição e cooperação é atraente e
fácil de perceber.
Muitas escolas e professores
preferem neste momento manter os modelos de aulas prontas, com roteiros
definidos previamente, principalmente os chamados sistemas de ensino.
Dependendo da qualidade desses materiais, das atividades de pesquisa e projetos
planejados e da forma de implementá-los (adaptando-os à realidade local e com
intensa participação dos alunos) podem ser úteis, se não forem executados
mecanicamente. Um bom professor pode enriquecer materiais prontos com
metodologias ativas: pesquisa, aula invertida, integração sala de aula e
atividades online, projetos integradores e jogos. De qualquer forma esses
modelos precisam também evoluir para incorporar propostas mais centradas no
aluno, na colaboração e personalização.
Em escolas com menos recursos,
podemos desenvolver projetos significativos e relevantes para os alunos,
ligados à comunidade, utilizando tecnologias simples como o celular, por
exemplo, e buscando o apoio de espaços mais conectados na cidade. Embora ter boa infraestrutura e recursos traz
muitas possibilidades de integrar presencial e online, muitos professores conseguem
realizar atividades estimulantes, em ambientes tecnológicos mínimos.
As escolas mais conectadas podem
fazer uma integração maior entre a sala de aula, os espaços da escola e do
bairro e os espaços virtuais de aprendizagem. Podem disponibilizar as
informações básicas de cada assunto, atividade ou projeto num ambiente virtual
(Moodle, Desire2Learn, Edmodo e outros) e fazer atividades com alguns tablets, celulares ou ultrabooks dentro
e fora da sala de aula, desenvolvendo narrativas “expansivas”, que se conectam
com a vida no entorno, com outros grupos, com seus interesses profundos.
O papel do professor é mais o de
curador e de orientador. Curador, que escolhe o que é relevante entre tanta
informação disponível e ajuda a que os alunos encontrem sentido no mosaico de
materiais e atividades disponíveis. Curador, no sentido também de cuidador: ele
cuida de cada um, dá apoio, acolhe, estimula, valoriza, orienta e inspira.
Orienta a classe, os grupos e a cada aluno. Ele tem que ser competente
intelectualmente, afetivamente e gerencialmente (gestor de aprendizagens
múltiplas e complexas). Isso exige profissionais melhor preparados,
remunerados, valorizados. Infelizmente no é o que acontece na maioria das
instituições educacionais.
“Há indicadores que nos permitem argumentar a
favor do currículo por projetos como uma matriz de mudança em potencial para
aqueles segmentos da educação que entendem ser necessário recuperar a
totalidade do conhecimento e romper com o conservadorismo das práticas
pedagógicas repetitivas e acríticas” (KELLER-FRANCO & MASSETTO, 2012, p.12)
“O ensino híbrido é um programa de educação
formal no qual um aluno aprende, pelo menos em parte, por meio do ensino
online, com algum elemento de controle do estudante sobre o tempo, lugar, modo
e/ou ritmo do estudo, e pelo menos em parte em uma localidade física
supervisionada, fora de sua residência”. (CHRISTENSEN, HORN & STAKER, 2013). Todas as escolas podem
implementar o ensino híbrido, misturado, tanto as que possuem uma infraestrutura tecnológica
sofisticada como as mais carentes. Todos os professores, também.
Conclusão
Algumas dimensões estão ficando
claras na educação formal: 1) o modelo híbrido, misturado, com foco em valores,
competências amplas, projeto de vida, metodologias ativas, personalização e
colaboração, com tecnologias digitais. O currículo é mais flexível, com tempos
e espaços integrados, combinados, presenciais- virtuais, onde nos reunimos de
várias formas, em grupos e momentos diferentes, de acordo com a necessidade,
com muita flexibilidade, sem os horários rígidos e planejamento engessado; 2)
Metodologias ativas com tecnologias digitais: aprendemos melhor através de
práticas, atividades, jogos, problemas, projetos relevantes do que da forma
convencional, combinando colaboração (aprender juntos) e personalização
(incentivar e gerenciar os percursos individuais). Cada aluno desenvolve um
percurso mais individual e participa em determinados momentos de atividades de
grupo. Nos cursos online, uma parte da orientação será via sistema (plataformas
adaptativas com roteiros semiestruturados, que respondem as questões mais
previsíveis) e a principal será feita por professores e tutores especialistas,
que orientarão os alunos nas questões mais difíceis e profundas.
Todos os processos de organizar o
currículo, as metodologias, os tempos, os espaços precisam ser revistos e isso
é complexo, necessário e um pouco assustador, porque não temos muitos modelos
prévios bem sucedidos para aprender. Estamos sendo pressionados para mudar sem
muito tempo para testar. Por isso é importante que cada instituição escolar
defina um plano estratégico de como fará estas mudanças. Pode ser de forma mais
pontual inicialmente, apoiando professores, gestores e alunos – alunos também e alguns pais – que estão mais
motivados e tem experiências em integrar o presencial e o virtual. Podemos
aprender com os que estão mais avançados e compartilhar esses projetos,
atividades, soluções. Depois precisamos pensar mais estruturalmente para
mudanças. Capacitar coordenadores, professores e alunos para trabalhar mais com
metodologias ativas, com currículos mais flexíveis, com inversão de processos
(primeiro atividades online e depois, atividades em sala de aula). Podemos
realizar mudanças incrementais, aos poucos e, quando possível, mudanças mais
profundas, disruptivas, que quebrem os modelos estabelecidos.
Se as mudanças da educação
dependessem somente de currículos mais flexíveis, metodologias ativas e
tecnologias híbridas, seria mais fácil de conseguir realizá-las. Mas as
mudanças dependem de pessoas que foram educadas de forma incompleta, com
competências desiguais, com valores contraditórios e práticas incoerentes com a
teoria. A dificuldade de uma parte dos gestores e educadores em saber conviver
e trabalhar juntos dificulta muito que os avanços necessários no ensino híbrido
sejam implementados rapidamente. Precisamos mudar a educação para poder mudar o
mundo, começando por nós mesmos.
-----------
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[4]
Os alunos
se reúnem em grupos de 4 para o desenvolvimento dos roteiros de pesquisa. Cada
um tem o seu próprio roteiro e segue um ritmo individual de execução das
tarefas solicitadas. Atividades extra-salão: aulas no cinema da escola, visitas
à comunidade, pesquisas na internet na sala de informática, aulas de arte e de
educação física. http://www.escolasqueinovam.org.br/escolas/
[6]
Educação do futuro será personalizada e híbrida. Jornal Estado de São Paulo.
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[10] Eric Mazur recebe prêmio internacional pela criação de
método aplicado no UNISAL – Disponível em
<http://unisal.br/blog/blog/eric-mazur-recebe-premio-internacional-pela-criacao-de-metodo-aplicado-no-unisal/#sthash.EfOyiv7l.dpuf>
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