Professores e gestores previsíveis e os inovadores
Na educação, como em qualquer outro campo profissional, encontramos muitos professores e gestores - provavelmente a maioria - que realizam um bom trabalho, que fazem cursos para avançar na carreira, que procuram se atualizar. Quando observamos com mais atenção, depois de uma primeira etapa de pesquisa e experimentação, costumam aperfeiçoar um modelo básico de ensino ou de gestão, com pequenas variáveis e adaptações à cada situação. Cada vez mais repetem os mesmos métodos, os mesmos procedimentos, permanecem na zona de conforto. São previsíveis. Uns são previsíveis de forma competente, enquanto outros são simplesmente previsíveis.
Junto com os professores e gestores previsíveis encontramos um bom grupo de profissionais acomodados, que estão na educação, porque precisam sobreviver de alguma forma, mas que utilizam todos os subterfúgios para não mudar, para fazer o mínimo indispensável, para ir tocando a vida sem muitos sobressaltos. A educação é um campo propício para acomodações. Na educação pública, o sistema de concursos atrai muitas pessoas que priorizam a segurança, o futuro garantido e se especializam em encontrar atalhos para progredir na carreira, nem sempre com bom desempenho profissional. Alguns estão em contagem regressiva, contando os anos ou meses para a aposentadoria. Muitos destes profissionais são um peso para as instituições, atrasam as mudanças, são contra inovações, desqualificam os jovens que tentam algo novo, chamando-os de idealistas que logo serão cooptados. Alguns estão em cargos de poder e o utilizam para sufocar qualquer tentativa de inovação.
Existem profissionais que têm dificuldades circunstanciais ou permanentes. Circunstanciais, quando atravessam períodos de depressão, ou de problemas pessoais que se refletem na atuação profissional. Mas existem alguns com dificuldades mais profundas, pessoas que se fecham, que não se relacionam bem, que são violentos ou descontrolados por pequenas provocações ou discordâncias. Têm profissionais centrados em si mesmos, que não se colocam na perspectiva dos outros, especificamente dos alunos (estes precisam adaptar-se aos mestres). Existem alguns profissionais com posturas éticas reprováveis, que se valem do seu cargo para conseguir vantagens financeiras, sexuais ou de intimidação psicológica de vários níveis. E muitos permanecem nas instituições durante muitos anos sem serem advertidos ou questionados e atrasam profundamente as mudanças necessárias.
Nas instituições existem, felizmente, profissionais humanistas criativos, inovadores, pró-ativos, que tentam modificar processos, fazer novas experiências, que não se conformam com a mesmice, que estão dispostos sempre a aprender e a avançar. Quanto mais apoio têm, mais rapidamente evoluem e conseguem ajudar a modificar a instituição. Muitas vezes sentem-se em minoria, subaproveitados, marginalizados. É importante saber que os inovadores costumam demorar um pouco para serem reconhecidos, às vezes, anos. Os inovadores pagam um preço pela ousadia. Mas se permanecem na atitude inovadora, se sabem comunicá-la aos demais e se conseguem apoio político, conseguem ser reconhecidos e a obter melhores posições e resultados.
É importante perceber que as pessoas não nascem necessariamente inovadoras ou conservadoras. Pessoas certinhas durante muitos anos, podem sentir-se pressionadas interna ou externamente para mudar e assumem novos posicionamentos e vemos também o contrário: profissionais que são pró-ativos e inovadores durante alguns anos e que depois se desencantam e desistem. Enquanto alguns, na fase adulta e na velhice, seguem evoluindo e inovando, outros, parece que se encolhem, que desanimam, que não acreditam mais e se fecham, refluem, se desmotivam. É um mistério como pessoas que tiveram as mesmas oportunidades profissionais, que fizeram carreiras iguais, assumem ao longo da vida posturas tão diferentes e com resultados de realização pessoal e profissional tão antagônicos.
Hoje precisamos urgentemente de muitos profissionais humanistas inovadores, que tragam contribuições, motivação e esperança, com os que possamos contar para novos projetos e desafios. Estamos numa fase de grandes mudanças e não podemos demorar demais para aprender a implementá-las. Por isso é tão importante investir em uma educação inovadora humanista, de qualidade.
Junto com os professores e gestores previsíveis encontramos um bom grupo de profissionais acomodados, que estão na educação, porque precisam sobreviver de alguma forma, mas que utilizam todos os subterfúgios para não mudar, para fazer o mínimo indispensável, para ir tocando a vida sem muitos sobressaltos. A educação é um campo propício para acomodações. Na educação pública, o sistema de concursos atrai muitas pessoas que priorizam a segurança, o futuro garantido e se especializam em encontrar atalhos para progredir na carreira, nem sempre com bom desempenho profissional. Alguns estão em contagem regressiva, contando os anos ou meses para a aposentadoria. Muitos destes profissionais são um peso para as instituições, atrasam as mudanças, são contra inovações, desqualificam os jovens que tentam algo novo, chamando-os de idealistas que logo serão cooptados. Alguns estão em cargos de poder e o utilizam para sufocar qualquer tentativa de inovação.
Existem profissionais que têm dificuldades circunstanciais ou permanentes. Circunstanciais, quando atravessam períodos de depressão, ou de problemas pessoais que se refletem na atuação profissional. Mas existem alguns com dificuldades mais profundas, pessoas que se fecham, que não se relacionam bem, que são violentos ou descontrolados por pequenas provocações ou discordâncias. Têm profissionais centrados em si mesmos, que não se colocam na perspectiva dos outros, especificamente dos alunos (estes precisam adaptar-se aos mestres). Existem alguns profissionais com posturas éticas reprováveis, que se valem do seu cargo para conseguir vantagens financeiras, sexuais ou de intimidação psicológica de vários níveis. E muitos permanecem nas instituições durante muitos anos sem serem advertidos ou questionados e atrasam profundamente as mudanças necessárias.
Nas instituições existem, felizmente, profissionais humanistas criativos, inovadores, pró-ativos, que tentam modificar processos, fazer novas experiências, que não se conformam com a mesmice, que estão dispostos sempre a aprender e a avançar. Quanto mais apoio têm, mais rapidamente evoluem e conseguem ajudar a modificar a instituição. Muitas vezes sentem-se em minoria, subaproveitados, marginalizados. É importante saber que os inovadores costumam demorar um pouco para serem reconhecidos, às vezes, anos. Os inovadores pagam um preço pela ousadia. Mas se permanecem na atitude inovadora, se sabem comunicá-la aos demais e se conseguem apoio político, conseguem ser reconhecidos e a obter melhores posições e resultados.
É importante perceber que as pessoas não nascem necessariamente inovadoras ou conservadoras. Pessoas certinhas durante muitos anos, podem sentir-se pressionadas interna ou externamente para mudar e assumem novos posicionamentos e vemos também o contrário: profissionais que são pró-ativos e inovadores durante alguns anos e que depois se desencantam e desistem. Enquanto alguns, na fase adulta e na velhice, seguem evoluindo e inovando, outros, parece que se encolhem, que desanimam, que não acreditam mais e se fecham, refluem, se desmotivam. É um mistério como pessoas que tiveram as mesmas oportunidades profissionais, que fizeram carreiras iguais, assumem ao longo da vida posturas tão diferentes e com resultados de realização pessoal e profissional tão antagônicos.
Hoje precisamos urgentemente de muitos profissionais humanistas inovadores, que tragam contribuições, motivação e esperança, com os que possamos contar para novos projetos e desafios. Estamos numa fase de grandes mudanças e não podemos demorar demais para aprender a implementá-las. Por isso é tão importante investir em uma educação inovadora humanista, de qualidade.
Este texto se encontra na minha página, em www.eca.usp.br/prof/moran/previsiveis.htm
Comentários
Tomei a liberdade de transcrever seu texto, indicando seu blog e apresentando adequadamente a autoria, em meu blog.
Um abraço,
Tatiane
Muito obrigado por reproduzir o texto no seu blog. Gostei do seu jeito de escrever, de integrar as tecnologias na escola.
Grande abraço
Moran
Realmente, professor jovem que chega nas escolas com ideias inovadoras é imediatamente
desqualificado por juventude ou inexperiência.
Eu me recuso a fazer parte desse grupo do caderno de paginas amareladas. Tive professores assim e foi o suficiente para saber o que não quero ser na minha vida.
Eu ainda não sou inovadora, e para ser sincera estou aprendendo agora com o senhor o que é ser uma profissional inovadora em educação, mas prometo que estou estudando direitinho :)
E estudar é o que eu mais gosto de fazer na vida, então está mais que bão !
Uma ótima e feliz semana para o senhor,
Lys
Concordo plenamente! Na área de línguas estrangeiras eu sinto na pele como é difícil trabalhar com idéias e atitudes inovadoras, principalmente quando estas vão totalmente contra os modelos atuais. Mas "vamo que vamo", pois um dia quem sabe alguém presta atenção no que falamos!
Como sempre o senhor acerta na mosca tudo o que escreve. Daria até pra montar um teste do tipo: "Em que situação você se enquadra?" hehehe... Tem professor aí para todos os gostos... O difícl é achar um acomodado que se se reconheça como tal. Abraço!
Vocês são muito generosos e criativos. É bom tê-los ao lado. Sucesso para cada um de vocês.
Grande abraço
Moran
Simone Raposo