Só tecnologia não basta (Entrevista)
POR PAOLA GENTILE
Nascido em Vigo, na Espanha, mas
naturalizado brasileiro, o filósofo e educador José Manuel Moran foi professor
de Novas Tecnologias da Universidade de São Paulo (USP) e um dos fundadores da
Escola do Futuro, em 1989, hoje um departamento ligado à Pró-Reitoria de
Pesquisa da universidade (PRP-USP). Desde essa época, já se sabia que era
inevitável a entrada na escola do computador e demais recursos decorrentes da
informatização e do mundo globalizado e que revolucionaria os processos de
ensino e aprendizagem. Por isso, não somente a universidade, mas também outros
centros de formação e pesquisa investiram na criação e avaliação de estratégias
educacionais mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação – as
chamadas TICs.
Muito se projetou, sonhou e discutiu,
porém pouca coisa mudou. Faltaram dois pontos essenciais: transformar a cultura
escolar e preparar os professores para trabalhar com as novas ferramentas.
Algumas escolas adquiriram equipamentos sofisticados de última geração,
investiram em lousas digitais e demais equipamentos multimídia, mas poucas
adaptaram a sua maneira de ensinar e de se organizar. “As normas e os ritos
escolares continuam basicamente os mesmos – e sem essas mudanças não há inovação”,
afirma Moran. Para ele, é um fato que a escola parou no tempo, embora haja um
movimento – lento, também é fato – para buscar caminhos para essa instituição
ingressar definitivamente no século XXI.
Comentários
Uma empresa que trabalha com tecnologia, por exemplo a HCL, constantemente levam os funcionários para capacitarem, reverem os conceitos e consequentemente, manter preparados para novas mudanças, novos desafios...
Pra uma geração de professores que não tiveram contato com o mundo cibernético, inclusive conheço alguns que sentem dificuldades em manusear um laptop, seria imprescindível manter conectado através de cursos, palestras, práticas em capacitação... é o correto porém, nem sempre o correto é possível...como pode um professor participar de cursos trabalhando sessenta horas semanais (se quiser ter uma vida mais ou menos digna), como pode um professor alterar o estilo de organização da turma se tem 40 alunos em um espaço físico humanamente impossível de se manter por 4 horas diárias...Já tentei mas, honestamente deixei de acreditar, deixei de lutar, deixei de buscar, infelizmente!!!!