Modificar a forma de ensinar

No meio de muitas críticas dos professores aos alunos de ensino médio de um colégio de Curitiba, uma professora de português mostrou como conseguia comunicar-se facilmente com eles. São três, em síntese, suas colocações.

1) “Eu gosto dos meus alunos e me preparo positivamente para as aulas”.
Gostar dos alunos, gostar deles como são, com as dificuldades que trazem, com o jeito que se vestem, falam e escrevem. Gostar deles: é óbvio, mas fundamental para obter sucesso pedagógico. Muitos professores parece que não apreciam os alunos, sentem-se distantes deles, só os criticam e se preparam para a aula como para uma guerra e, evidentemente, ela acontece.

2) “Procuro surpreendê-los sempre”.
Crianças e jovens gostam de novidades, de sair da rotina. A professora dizia que os alunos aguardavam sempre por alguma surpresa. Às vezes era de caráter pedagógico: um vídeo diferente, uma nova dinâmica. Outras era simplesmente uma peça de vestuário, um chapéu, algo que tivesse relação com a aula. As aulas são diferentes umas das outras. Utiliza bastantes tecnologias de ilustração como vídeos, CDs, DVDs, pesquisa na Internet. Todo educador precisa surpreender e cativar seus alunos sempre.

3) “Faço os acordos possíveis para as atividades, pesquisas e forma de apresentação”.
A professora procura negociar com os alunos os sub-temas de uma pesquisa, a forma de apresentá-los e de divulgá-los. Os alunos fazem suas propostas e chegam a um acordo com a professora. Uns preparam um vídeo, outros um CD, outros desenvolvem uma peça de teatro. Acontece sempre um grande evento no fim do semestre para ampliar a repercussão dos trabalhos. Os alunos se sentem valorizados, levados em consideração e correspondem participando com entusiasmo.

Comentários

Anônimo disse…
Boa tarde, senhor Moran!
Primeiramente vou me apresentar.. meu nome é Maria José, estudante do curso de Psicologia, cursando atualmente uma matéria chamada Psicologia da Aprendizagem, a qual temos que apresentar um artigo que fala sobre Aprendizagem e novas tecnologias... já pesquisei bastante sobre, até chegar a seu e-mail, e resolvi te escrever...
Bom... este trabalho eu e meu grupo temos que discutir as idéias do autor do artigo... e até agora não encontrei nada que contempla de uma forma geral, e sim pequenos textos separados... e a proposta da professora é que seja um artigo completo. O dia da apresentação é dia 30 de novembro.. praticamente em cima da hora.
Por favor se você puder me ajudar, me enviando um artigo seu, ficarei muito agradecida!
Deixo meu e-mail: maze_mell@hotmail.com

Obrigada pela atenção!

Maria José
Maria do Carmo disse…
Olá Prof. Moran! Meu nome é Maria do Carmo Rigon, sou aluna da Especialização em Educação a Distância da UnB. Estou finalizando minha monografia de conclusão do curso e o tema é justamente sobre Mídias na Educação, com enfoque para as possibilidades da TV Digital para a inovação pedagógica. Acredito que o educador atualmente já não pode negar a necessidade de atualizar-se incorporando à sua prática pedagógica os recursos que as diferentes mídias oferecem para o desenvolvimento da aprendizagem.
Porém esta incorporação precisa acontecer de forma planejada, começando pela capacitação do professor, que deve estar contemplada no planejamento da escola. É claro que se não estiver, mas houver vontade pessoal de crescimento profissional assim mesmo acontecerá, pois uma característica da inovação pedagógica é justamente a presença da intencionalidade. E o relato desta professora demonstra exatamente isso. Precisamos é multiplicar esta vontade entre nossos professores, para encurtar o abismo existente entre inovação tecnológica e inovação pedagógica. Dois conceitos que são frequentemente confundidos pelos gestores educacionais e por alguns programas governamentais de inclusão tecnológica na educação, pois o primeiro não é garantia de que o segundo ocorra. Abraços
Maria do Carmo
Caro Prof Moran

Gostei muito das dicas da professora, no entanto vejo que a maioria dos professores não têm esta mesma visão. Uma tristeza! Jogam a culpa de seus fracassos profissionais e pessoais nos ombros dos alunos, sobretudo os da rede pública de ensino, que muitas vezes são os que mais querem aprender, por mais incrível que isso possa parecer.
Amar o educando deveria ser nossa função primeira, encaro a educação como um sacerdócio: "você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas"( Saint Exupèry)
Aproveito para deixar marcado aqui minha admiração pelo seu trabalho e avisar que coloquei um link desse seu blog e de sua página no meu blog http://www.educandooamanha.blogspot.com - aguardo sua visita, quando puderes!!
Com respeito e admiração

Profª Semíramis Alencar
Unknown disse…
Olá Moran, muito bom saber que se escreve sobre educação. Gostei de seu blog e o convido a visitar o meu, também com temas sobre educação: http://www.douglasfranzen.blogspot.com
Talvez podemos colocar links nos blogs para um intercâmbio de blogs, abraços.
José Moran disse…
Maria do Carmo, Semiramis, Douglas e Maria José:
Obrigado pelas contribuições. Desculpem-me pela demora em lhes responder. Visitei os blogs da Semiramis e do Gouglas. Gostei. Vamos interagir. Maria do Carmo: é bom mesmo aproximar a inovação tecnológica da pedagógica, concordo. Veos professores que procuram ser pró-ativos e criativos nas condições em que se encontram, enquanto outros parece que procuram pretextos para deixar tudo como está.
Parabéns e grande abraço
Moran
A Educação Inovadora somente é possível com o ato de inovar docente. Todo o restante é discurso vazio. A Educação se faz na prática, no experimentalismo, sim, mas no uso de técnicas que possam despertar o interesse do alunado. Todavia, há ainda aqueles que cismam em atrasar o processo ensino-aprendizagem, concetrados única e exclusivamente nos currículos. Isso para a educação que sonhamos é caótico. Seria legal se pudéssemos sempre nos postar comentários, divulgarmos nossos blogs e nos visitarmos mutuamente. A educação inovadora necessita, antes de mais nada, desse sentimento de união, de força e de interesse verdadeiro pela educação do futuro.
Abraços professor Moran, muito obrigada!!!
Anônimo disse…
"Em lugar de professor, com tradições fortemente ‘doadoras’, o Coordenador de Debates। Em lugar de aula discursiva, o diálogo। Em lugar de aluno, com tradições passivas, o participante do grupo".
Paulo Freire.

É preciso repensar a sala de aula no contexto da Educação atual, em que ainda se apresenta dentro de modelos antigos, de uma educação tradicional, linear e cartesiana. As áreas da Ciência e da Educação já apresentam em seus discursos que o conhecimento é complexo e organiza-se a partir de campos conceituais, cujos conceitos não são ordenados de forma linear, mas se entrelaçam, formando uma rede interconexa. O espaço da sala de aula ainda é um ambiente ordenado, com mesas e cadeiras em filas rigorosamente dispostas. É urgente a aplicação às salas de aula outros parâmetros que ajudem a redefinir esse espaço extremamente importante no processo de aprender e ensinar. O professor que não se propõe refletir o seu saber/fazer no ambiente escolar, demonstra a todos os atores, deste tempo/espaço, a perpetuação do paradigma da educação bancária. É claro que o ato de inovar gera insegurança e resistência desses professores, e até mesmo dos alunos, pelo processo de passividade intelectual de uma pedagogia reprodutivista. No mundo contemporâneo há muitas reflexões a respeito do conceito de tempo/espaço no cotidiano escolar, o próprio conceito físico de espaço tem sofrido profundas modificações ao longo da história. O espaço da sala de aula é, portanto, um espaço de interação que oferece aos alunos a oportunidade para uma relação pessoal com outros sujeitos que não os do seu círculo familiar. É neste contexto que venho, continuamente, repensando minha prática docente, ampliando as dimensões tempo/espaço, extrapolando o currículo linear, acreditando na construção do conhecimento de forma transdisciplinar, onde os sujeitos se integram, interagem e trabalham com a noção de desenvolvimento mútuo, se apropriando de saberes e fazeres. Será necessário (re)descobrir coletivamente novas formas de ensinar e aprender, abrir os corações e os olhares éticos e estéticos para as situações de adaptação aos novos desafios da educação.
dri.polakinha disse…
Boa tarde,professor Moran!
Somos professoras do ensino fundamental da cidade de São José do Rio Pardo/SP-Ana Cristina e Adriana.
Após lermos o trecho Modificar a forma de ensinar, do seu livro: "A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá"concordamos que é necessário modificar a forma de ensinar, essa será a maneira que os professores conseguirão chegar até os alunos.Tentando modificar suas ações, procurando novas estratégias e recursos para tornar suas aulas atrativas e interessantes.
Obrigado pela atenção!
Abraços.Ana Cristina e Adriana

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