Fazer nossas revoluções possíveis: Aprendendo por experimentação


Como tudo muda aceleradamente, somos cobrados para obter melhores resultados, conseguir metas, inovar sempre. Há uma pressão social constante para sermos mais criativos, empreendedores, excelentes profissionais.

A vida combina rotina e mudança. A maior parte de nossa vida é repetição. A repetição nos ajuda a economizar energia, a ter roteiros previsíveis e confortáveis em todos os campos, a sentir-nos seguros. O predomínio da rotina, com o tempo, tende a que nos acomodemos numa zona de conforto e que percamos a ousadia de ir além do básico e de desenvolver muitas das nossas possibilidades.

A vida se equilibra entre padrões e mudanças, entre previsibilidade e transformação. Para enfrentar os desafios de crescer, progredir, avançar em todas as dimensões, precisamos combinar bem rotina e experimentação. Sair da rotina, do previsível, nos liberta. Quando nos permitimos experimentar, aprendemos mais, abrimos novos horizontes. Se gostamos de aprender e perseveramos, evoluiremos mais.

A questão é que somos diferentes. Alguns são mais proativos, decididos e conseguem criar mais, empreender mais, mostrar melhores resultados. Para outros, a mudança é mais complexa; custa-lhes dar passos ousados, tendem a procurar o conforto do terreno já conhecido; avançam e retrocedem.
Estamos numa época de grandes desafios, transformações, revoluções. Ficar na defensiva só nos complica; enclausurar-nos em rotinas, nos banaliza, mediocriza. É necessário enfrentar a acomodação, buscar novas experiências, tentar novos caminhos.

Convém, porém, traçar metas viáveis, fazer as transformações possíveis, ir no ritmo que nos pareça mais adequado. Pode ser que externamente não se percebam avanços significativos ou que realmente caminhemos mais devagar do que imaginávamos. O que conta é a atitude de persistir, ter um grupo de referência e apoio, celebrar nossas pequenas conquistas e seguir em frente sempre. É uma arte aprender o ponto de equilíbrio entre repetir e ousar.

Não podemos simplesmente olhar os outros e copiá-los. É bom inspirar-se neles e olhar para nosso entorno como um todo. Não precisamos pressionar-nos além do suportável, colocar-nos metas impossíveis, cobrar-nos com a régua dos outros. Uns conseguem realizar grandes feitos (ótimo para eles). Isso não resolve nosso problema. Precisamos ver até onde conseguimos ir hoje, amanhã, depois de amanhã. E seguir tentando honestamente avançar, evoluir, fazer o melhor. E se nos perdemos, complicamos ou diminuímos o ritmo, estar atentos para não desistir ou fechar-nos numa rotina medíocre e acelerar o passo uma vez mais, sempre.


Não vale a pena exigir-nos demais, mas é triste realizar pouco, ficar pela metade, viver uma vida medíocre, sem ambições nem grandes realizações. É deprimente gastar tempo demais com bobagens e não utilizá-lo para realizar progressos, aprendizagens, novos projetos. Buscar evoluir sempre é maravilhoso: sem cobranças absurdas nem lentidão exasperante. Caminhar no nosso ritmo, no nosso tempo, no processo de conseguir realizar-nos cada vez mais em todas as dimensões da vida.

Comentários

Caro Professor Moran, gostei demais do seu texto. Tive a sensação que ao mesmo tempo que suas palavras colocam nossos pés no chão, elas nos dão asas. Para mim chegou num momento bem oportuno. Convido-o para conhecer o site educandotudomuda.com.br e o projeto Playoutside - alegria de brincar na natureza. forte abraço
Unknown disse…
eu achei o texto o muito bom, mesmo

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